terça-feira, 9 de dezembro de 2014

RISCOS DE CRISE DIPLOMÁTICA ENTRE NIGÉRIA E FRANÇA POR AVIÃO CARREGADO DE ARMAS


A Nigéria e França podem mergulhar numa crise diplomática depois de o país africano se recusar a libertar imediatamente um avião ao serviço das autoridade francesas carregado de material militar que aterrou sábado na cidade nigeriana de Kano (norte).
O avião de construção russa rumava para N´Djamena, no Tchad, quando foi desviado de maneira ostensiva para o aeroporto de Kano devido à circulação densa no seu aeroporto de destino.

Contudo, segundo uma fonte autorizada, as autoridades nigerianas ficaram surpresas por descobrir que o avião tinha material militar.
No contexto dos supostos laços do Tchad com um suposto comanditário da seita islamita Boko Haram na pessoa do antigo governador estadual nigeriano, Ali Modu Sheriff, as autoridades nigerianas desconfiam de todo e qualquer envio de armas para o seu vizinho do norte.

França admitiu a propriedade do material que, segundo ela, saiu da República Centro-africana para o Tchad para utilização nas suas operações militares neste país.
A operação "Barkhane", uma operação de contra-terrorismo no Sahel, foi recentemente lançada por França, na sua base operacional em N´Djamena, capital tchadiana que acolhe igualmente uma base militar francesa.

Mas as autoridades nigerianas não parecem convencidas pela explicação, pelo que declararam não terem pressa de libertar o avião.

"A Nigéria não tem nenhuma razão para entregar o avião e a sua carga até que o inquérito tenha terminado. Tendo em conta a prova duma colaboração ativa de alguns países vizinhos de língua francesa com os terroristas da Boko Haram, tornou-se pertinente a Nigéria estar consciente e ficar mais prudente nestas questões", indicou um responsável de segurança da Nigéria.
As autoridades nigerianas aceitaram entregar a tripulação do avião a Embaixada da Rússia em Abuja, mas o avião não vai descolar tao brevemente por que "as explicações dadas até agora pela Embaixada francesa relativamente à fonte e ao destino da carga de armas foram menos convincentes", segundo a mesma fonte.

Fonte: Panapress