quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

LIBERDADE DE IMPRENSA NÃO É LIBERDADE DE INSULTAR


O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, disse esta quinta-feira que a liberdade de imprensa não é a “liberdade de insultar”, descrevendo a publicação de caricaturas do profeta Maomé como uma “grave provocação”.
“A publicação daquela caricatura é uma provocação grave (…). A liberdade de imprensa não significa a liberdade de insultar”, afirmou o primeiro-ministro islamo-conservador à imprensa, em Ancara, antes de partir para Bruxelas.

Ahmet Davutoglu vicou que “não se pode aceitar insultos ao profeta”.
O primeiro número do jornal satírico Charlie Hebdo depois do ataque à redação na semana passada, e que provocou a morte de 12 pessoas, tem na capa uma caricatura de Maomé, de lágrima no olho, segurando uma folha com a frase ‘Je suis Charlie’, a mesma que foi utilizada por milhões de pessoas que se manifestaram em defesa da liberdade de expressão.

O desenho tem como título “Tudo está perdoado”.
Na quarta-feira passada, dois homens encapuzados e armados, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, entraram na redação do Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas: 10 jornalistas e dois polícias.

Depois de dois dias em fuga, os dois suspeitos do ataque foram mortos na sexta-feira passada, na sequência do ataque de forças de elite francesas a uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde se tinham barricado.
Num outro atentado, na quinta-feira, uma agente da polícia municipal foi morta, no sul de Paris, tendo a polícia estabelecido “uma ligação” entre os dois ‘jihadistas’ suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o presumível assassino.

Na sexta-feira, ao fim da manhã, cinco pessoas foram mortas num supermercado 'kosher' (judaico), no leste de Paris, numa tomada de reféns, incluindo o autor do sequestro, que foi morto durante a operação policial.