De há uns anos a esta parte, sempre que ocorrem turbulências
no PAIGC o país sofre e toda a população paga inocentemente. No passado recente,
os militares serviram de bode expiatório de todos os males que nos atormentaram
no país, quando é sabido que, quando alguém perde nas disputas políticas,
refugia-se na protecção dos homens de armas ou nos bastidores da presidência da
república para alcançar seus propósitos.
Estamos de novo em
vias de perder a tranquilidade dos últimos meses e assim ver adiada descolagem
do país para o almejado desenvolvimento.
Os perdedores do Congresso de Cacheu nãos apostaram nas
Forças Armadas porque a última experiência do golpe de Estado foi amarga.
Porém, não se coibiram de trabalhar na formação de uma equipa de contra-
governo, aglomerando-se à volta de certas instâncias do poder sob a capa de
Conselheiros e outras funções similares, quando bem se sabe que, a maioria
desses fulanos fazem tudo, menos trabalhar. O que é que produzem? Que
benefícios seus conselhos trazem para o país sem causar agitação?
É importante notar que grande parte dos senhores que se
fazem passar por Conselheiros, espectam cargos ministeriais que pelas vias
normais não conseguiram, mas alcançáveis por via de um governo de iniciativa
presidencial, através de um Golpe ao Governo possível de ser liderado pelo Presidente
da República que, a todo o custo, quer ser o Chefe do Governo e ser o
manda-chuvas do Executivo. O que está na forja poderá vir a mergulhar o país
numa crise profunda pois, o cidadão guineense que rejeitou o Golpe de Estado
Militar de 2012 rejeitará o Golpe Presidencial ao Governo.
No seio do PAIGC existem altos dirigentes incapazes de darem
seu contributo para o desenvolvimento do país mediante recurso às suas
competências técnicas e profissionais. Dão o máximo de si para estarem sempre
em cargos de chefia e, quando lá não estão, é porque tudo está errado e
investem na alteração da ordem estabelecida. A esses camaradas rogamos que
reaprendam a trabalhar, porque os novos tempos serão de trabalho, e muito
trabalho. Não serão tempos de intrigas e de conversas pelos bastidores a falar
mal de cada um para se poder projectar.
A máquina do PAIGC tem produzido tantos parasitas que não
trabalham e não sabem ser nem estar. São esses os elementos que minam o partido
porque nada fazem para sua melhoria, que não seja marcar presença nas reuniões
e aguardar pelas oportunidades de partilha de cargos. Conseguido isso, não
precisam do partido para mais nada até que novas crises surjam.
Os problemas existentes dentro do PAIGC devem ser resolvidos
dentro do partido e não no Governo. Tampouco deve ser o PR a interceder por uma
ou outra das partes no processo e em contenda, pois não é esse seu papel. O PR
é árbitro nacional e presidente de todos os guineenses. Não tem de se imiscuir
nas querelas intrapartidárias que devem ser resolvidas em espaço próprio e pelos
actores aos quais compete tratar. As crises partidárias não devem ser
confundidas com as do Governo.
O exército de parasitas políticos que vegeta na Presidência
da República deve ser reduzido a uma quantidade de colaboradores capazes de
trabalharem e produzirem o que seja susceptível de trazer ganhos para o país.
Os restantes deverão ser colocados em lugares onde menos danos causam ao país e
onde poderão ser úteis ao processo de desenvolvimento nacional. Ficando onde
estão, sem trabalho de facto, o que acabarão fazendo será gastar dinheiro do
povo para fazer incitação à perseguição do Governo, assim como gastar cada vez
mais com viagens para negócios pessoais ou tentativa de ensombração dos membros
do Governo.
Camaradas, já é tempo de cada um revelar o que tem feito e
que resultados tem produzido para o bem do país. Nada melhor que mostrar o que
temos feito para provarmos que somos melhores que aqueles que acusamos de não
fazerem nada ou de fazerem mal as coisas. Dizer o que se deve fazer, não chega.
Mostrem trabalho e impacto do mesmo para convencer o mundo que são bons.
Caros irmãos guineenses, vamos todos pensar a Guiné e
colaborar no seu desenvolvimento. Desde a independência somente fizemos o país andar
para trás. Porque é que não vamos deixar a este Governo trabalhar durante 4
anos e depois avaliá-lo? Porquê que não deixamos o Governo romper com os males
que afectam o país, já que no passado nunca se deixou o governo trabalhar em
tranquilidade e, logo, nunca os Governos conseguiram fazer desenvolver o país
porque os corruptos e incompetentes de ambição desmedida nunca deixaram.
Peço desculpas a quem eventualmente esta mensagem possa ter ferido.
Vai um abraço para todos os guineenses e amigos da Guiné-Bissau.
DP