sexta-feira, 2 de outubro de 2015

JUSTIÇA CORAJOSA: DETIDO ONTEM, QUINTA-FEIRA O GENERAL GOLPISTA NO BURKINA FASO E O GOVERNO PROMETE JULGAMENTO EQUITATIVO


Depois de terem detido o general Gilbert Diendéré, autor do golpe de Estado abortado de 17 de Setembro último, quinta-feira à tarde, e seus cúmplices, as autoridades burkinabes garantiram-lhes que beneficiarão de um "julgamento equitativo".

"Em conformidade com o pacto nacional para a renovação da justiça, todas as pessoas detidas no quadro deste inquérito beneficiarão de um julgamento equitativo", tranquilizou o Governo burkinabe num comunicado publicado um pouco tarde no mesmo dia.

O texto precisa que os processos judiciais já foram desencadeadas e que inquéritos, audições e buscas estão em curso.

O brigadeiro Gilbert Diendéré, autor do golpe de Estado abortado de 17 de Setembro último contra o Governo de transição e que se refugiou na Embaixada do Vaticano pouco depois do assalto contra o seu bastião, foi entregue às autoridades para que responda pelos seus actos diante da Justiça.

Este antigo homem de confiança do Presidente Blaise Compaoré, destituído por uma revolução popular da rua a 31 de Outubro de 2014, prometeu várias vezes colocar-se à disposição da justiça do Burkina Faso onde as violências ligadas ao golpe de Estado fizeram uma dezena de mortos e mais de 200 feridos.

Um pouco antes da sua detenção, foram capturados os seus cúmplices, o tenente-coronel Mamadou Bamba, porta-voz dos ex-golpistas, e o general de Gendarmaria e o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Compaoré, Djibril Bassolé.

O primeiro-ministro do Governo da transição, o tenente-coronel, Yacouba Isaac Zida, advertiu, no termo do primeiro Conselho do Ministros pós-golpe de Estado, realizado a 25 de Setembro último, que os autores do golpe de Estado serão imediatamente julgados.

Um dia depois, o Procurador-Geral exigiu o congelamento dos activos de 18 personalidades físicas e morais suspeitas de estar implicadas neste golpe de Estado, entre as o general Gilbert Diendéré, ex-homem de confiança do antigo Presidente Blaise Compaoré, bem como a sua esposa.

O Congresso para a Democracia e Progresso (CDP, ex-maioria presidencial) e o seu presidente, Wen Vennem Eddie Constance Hyacinthe Komboigo, são igualmente abrangidos por esta sentença, bem como um oficial superior do Exército, Sidi Paré, demitido das funções de vice-ministro encarregue da Segurança Presidencial, sexta-feira última.