Bissau,31 Mai 16(ANG) - O líder do PAIGC, partido vencedor das últimas
eleições legislativas na Guiné-Bissau, alertou segunda-feira para os
riscos de a comunidade internacional "perder o controlo" do país "a
favor de elementos do crime organizado".
Em
mais uma conferência de imprensa e ladeado de dirigentes de cinco
formações políticas que apoiam o Partido Africano da Independência da
Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira alertou para
"ameaças que pairam" sobre o país.
Para o líder do PAIGC, a situação política assemelha-se a um golpe de
Estado contra a democracia o que, disse, configura "elevados riscos para
a construção democrática" uma vez que, mesmo ganhando as eleições
(legislativas) com maioria absoluta, já não será possível governar.
Domingos Simões Pereira alerta para a "derrocada da ordem" na
Guiné-Bissau, daí que os membros do Governo demitido se tenham mantido
no Palácio do Executivo como forma de resistirem e chamar atenção da
própria comunidade internacional, afirmou.
"Esses riscos também são para a comunidade internacional, riscos de
perder o controlo deste país a favor de elementos do crime organizado,
entre o narcotráfico e outros", observou o antigo primeiro-ministro
guineense.
Domingos Simões Pereira afirmou que a própria comunidade internacional
estaria na posse de informações segundo as quais "certos elementos a
serem indicados para cargos públicos" na Guiné-Bissau estariam
implicados em "negócios ilícitos", disse.
Aquele responsável referiu ainda que o Presidente guineense, José Mário
Vaz, prepara-se para dar posse a um Governo "ilegítimo e
inconstitucional" e por isso desafia-o a mostrar publicamente a proposta
apresentada pelo Partido da Renovação Social (PRS), a partir da qual se
vai formar o executivo.
O chefe de Estado guineense invocou o facto de o PAIGC não lhe ter
apresentado uma solução governativa estável no Parlamento e daí ter
chamado o PRS, segundo partido mais votado nas últimas eleições, a
formar um novo Governo, facto que Domingos Simões Pereira desconfia que
não aconteceu.
O líder do PAIGC não tem dúvidas em como é o próprio José Mário Vaz quem
está a formar o Governo e que de seguida irá dissolver o Parlamento e
continuar com o executivo em gestão até às próximas eleições
legislativas.
ANG/Lusa