Rondas para preparar evento de novembro terminam este domingo; participantes debateram crise guineense em reuniões em Bissau e Biombo; Fundo das Nações Unidas para a Consolidação da Paz apoia iniciativa.
“A corrupção, intolerância e a impunidade” estão entre as questões a ser abordadas na conferência sobre a reconciliação nacional na Guiné-Bissau, agendada para novembro. Os temas são considerados como estando “na origem dos problemas que o país vive”.
Verdade e Reconciliação
Este domingo encerrou a série de conferências preparatórias realizadas em todas as regiões.
Os participantes de três reuniões referentes às conferências de Bissau e Biombo indicaram "o egoísmo e a falta de ética no exercício político" como razões para o momento crítico.
Caminhos
O processo conta com apoio do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau, Uniogbis, mandatado pelo Conselho de Segurança para apoiar um diálogo político inclusivo e o processo da reconciliação nacional.
Em entrevista a Rádio ONU, a porta-voz da Uniogbis, Júlia Galvão Alhinho falou dos trabalhos em curso.
Causas
"Restituir as comunidades nas várias regiões a conclusão da primeira ronda de consultas, levadas a cabo em 2011, das consultas saíram recomendações, identificação das causas de conflito e sugestões sobre como resolver e agora está se a devolvê-las a comunidade para saber se é preciso atualizar ou não o relatório".
O Conselho de Segurança aponta a inclusão de medidas concretas de combate à impunidade e o julgamento de responsáveis por assassinatos políticos, inversões da ordem constitucional e tráfico de drogas como essenciais a qualquer solução duradoira para a instabilidade na Guiné-Bissau.
Exemplos
Para a também chefe do Gabinete da Informação Pública do Uniogbis, a escolha dos mecanismos de reconciliação que o país vai adotar caberá aos guineenses. Segundo ela, não faltam exemplos de outros países e modelos de diálogo e reconciliação.
"Nesta conferência nacional, agendada para novembro virão delegados de todas as regiões do país e de todos os setores da sociedade e são estes delegados que vão aprovar este relatório final e escolher qual é o mecanismo de reconciliação que a Guiné-Bissau vai adotar".
Raízes
Os encontros debateram conclusões preliminares sobre as raízes do conflito e produziram dados para o relatório final.
O documento deve ser adotado na conferência Caminhos para a Paz, que vai destacar o perdão e um diálogo franco entre os guineenses.
Os trabalhos para o evento são sendo coordenados por uma comissão criada pela Assembleia Nacional Popular e dirigida pelo padre Domingos da Fonseca.