O VIII Congresso Ordinário do PAIGC, a realizar-se na bela e
centenária cidade de Cacheu, encerra em si múltiplos desafios. O maior de
todos, a nova liderança.
Numa altura em que vivemos momentos conturbados, em que a complexidade
dos desafios com que somos confrontados é tanta, pondo em causa o nosso futuro
próximo, como Sociedade e Nação, eleva-se a pertinência de se fazer a melhor
escolha para o Partido e consequentemente para o País.
Devemos pois, ter a noção clara de que o desígnio nacional
sobrepõe-se a todos os demais interesses, sejam eles de grupos, particulares ou
até étnicos. Do PAIGC, em geral, como grande partido que é, e aos
congressistas, em particular, espera-se que honrem os fundadores, que honrem
todos aqueles, homens e mulheres, que deram suas vidas, para que as árvores da
Liberdade, Paz e Progresso dessem frutos.
Que façam jus aos sempre sábios ensinamentos de Amílcar
Cabral, quando nos fala na honorabilidade do líder; na conduta moral que deve
nortear, sempre, quem tenha ambições de liderar o Partido; no melhor
aproveitamento dos mais bem preparados e capacitados; na escolha dos melhores
projectos, e tantos outros mais ensinamentos do visionário líder.
Espera-se, de quem tenha ambições de liderar o partido de
Cabral, que apresente um programa concreto e estratégico com ideias claras. Que
seja impoluto, que se preocupe com questões de fundo do partido, que tenha uma
visão no que diz respeito á sua modernização, à revisão estatutária, ao
cumprimento “de facto” das prerrogativas ideológicas do partido. Que não se
escude em ideias vãs, em conceitos latos, sem substância, e muito menos em
jogadas baixas ou compras de consciências, para que depois do escrutínio, possa
ser aclamado como líder legítimo capaz de melhor congregar o Partido na árdua
tarefa que se lhe espera.
Ao Conselho Nacional de Jurisdição, que utilize critérios
claros e objectivos na validação das diferentes moções apresentadas, sempre com
os superiores interesses do partido e da nação como pedra angular e no mais
alto sentido democrático e patriótico. Aos congressistas, que tenham presente que a escolha do novo
líder, ultrapassa a simples questão partidária, que preocupa toda a sociedade
guineense, por estar intimamente ligado com o nosso futuro colectivo. Que em liberdade de consciência, escolham e permitam que o
sonho de Amílcar Cabral sobre o “Programa Maior” se materialize, para que o
“Encontro de Ensalma” deixe de ser uma utopia.
Jair Araújo
Email: jairaraujo444@gmail.com