Com a indicação de um desembolso de 2,5 bilhões de Francos
CFA, prevê-se que Braima Camará receba um crédito de 850 milhões de Francos CFA
e ainda cobre 750 milhões de serviço. Assim, com um financiamento gratuito de
1,6 bilhões, quem é que não seria um empresário de sucesso?
Há dois anos, a fórmula foi outra: usar dinheiro do Fundo
para comprar a castanha do Presidente da Câmara a preço superior ao do mercado
e assim saldar as dívidas que tinha para com o BAO. Nessa altura, a castanha
foi cedida a transformadores locais e se proclamou que todos saíam a ganhar.
Será?
E aqui chegamos ao maior abuso desta situação e que é,
dizer-se que a medida visa salvar o produtor (leia-se, a população).Se querem
mesmo fazer isso, porque não utilizar essa receita extraordinária para fazer os
hospitais funcionarem e porem as escolas em condições, ou ainda participar no
financiamento das eleições? E nem serve
argumentar que foram os próprios a angariar a verba pois a maior parte foi
cobrada de operadores estrangeiros que agora não entram neste “esquema” e a
soma arrecadada devia ser do estado Guineense, a favor da população deste país.
Mas, ainda uma grande coincidência: num momento em que Braima
Camará objectivamente perde fulgor na
corrida ao Congresso do PAIGC, por incapacidade de competir em pé de igualdade
com o Eng.º Domingos Simões Pereira, surge esta “super ideia” de utilizar uma
verba arrecadada em 2011 para comprar castanha que em Julho se pretende que
ainda esteja em mãos dos camponeses. Querem perceber mais? Peçam a lista dos
potenciais beneficiários, a quem ninguém exigiu garantia nem BLs para avaliar
historial e competência no sector e então verão que são na maioria pessoas
próximas do nosso “grande” empresário.
Esperamos um dia abrir essa caixa de pandora em que se
converteu a Câmara do Comércio, para que todos possamos ter ideia das
transações que esta instituição tem patrocinado e da transparência dos
procedimentos observados.
Até lá, é imperativo e urgente travar de imediato mais este
crime. A oferta de quase 2 bilhões de Francos CFA do erário nacional é um crime
múltiplo que desvia importantes recursos nacionais a favor de indivíduos e
desvirtua todo o processo politico em curso a favor de um só interveniente...