quarta-feira, 14 de agosto de 2013

OPINIÃO: ESSA LIBERDADE QUE A INDEPENDÊNCIA SEMPRE NEGOU

Obstinados que andam em cotoveladas para a efémera garantia de sustentabilidade nas podridões espalhadas pelas chagas da nossa debilitada sociedade, esses incontáveis aspirantes a uma estéril carreira política, nem tão pouco querem perceber a diferença que se pretende, entre este governo inclusivo, consequência indesejável de um golpe de estado fedelho, e o futuro governo inclusivo, que se formará segundo as determinações dos próximos resultados eleitorais. Caso contrário, não estaria esse conjunto de nadas existenciais, constituídos em projetos partidários, a perturbarem o já extraordinário processo, para a efetivação dumas eleições cruciais para a evolução qualitativa no nosso percurso histórico, financiadas pelos sacrifícios doutros impostos, bastante longe de nós.

Por um dos efeitos mais nocivos da feroz luta armada, para a libertação nacional que tivemos de empreender contra o colonialismo português, e pela inédita proclamação unilateral da nossa independência, acabamos por desenvolver depois, uma sociedade extremamente politizada, que assim segue negando-nos, a plena liberdade de sermos simples cidadãos guineenses. E é exatamente essa, uma das grandes preocupações de muitos ativistas sociais entre nós, e é também essa, a mesma preocupação, que o atual representante do Secretário-Geral das Nações Unidas no nosso país partilha, cada vez que insiste na necessidade da instituição de governos inclusivos. Ou seja, a vantagem fundamental, de passarmos a permitir, com a prática de governações inclusivas, que qualquer cidadão capacitado e competente, desde potencial ministro, até potencial contínuo, seja livre de optar pela militância política, ou por uma elementar cidadania, e mesmo assim, prosperar enquanto pessoa de bem. Sendo o nosso Estado, o maior, e mais cobiçado empregador nacional, a teimosia de excluir, até das suas mais básicas funções, os que não aceitam, como modo de vida, servir os interesses comodistas do partido no poder, ou bajular o líder do partido no poder, em cada momento, só tem sido uma das principais causas, dos nossos mais graves conflitos sociais, que por vezes, degeneram em ciclos sangrentos, provocando os vários assassinatos, e todos esses, jamais por esclarecerem, com total justiça.

Agora mais do nunca, a azáfama é enveredarem-se pela política parasitária, com único e exclusivo objetivo, de chegarem mais depressa possível, a certos cargos influentes nas funções estatais, sobretudo os tais que dão acesso fácil aos dinheiros públicos. E como das maneiras mais vistosas de ostentarem uma determinada grandeza, grandeza essa, que nunca fará parte do vosso pobre coitado espírito, plantarem onde calhar, umas caixas disformes, que em termos ambientais, não passam de umas aberrações urbanísticas, quando a luta devia ser, qualificarem-se cada vez mais, como cidadãos decentes, para melhor construírem um lar familiar aprovado, seja ela em forma de palhota, ou em forma de palacete, para assim proporcionarem aos vossos filhos, uma educação universalizante, contribuindo dessa forma consistente, para a prosperidade das futuras gerações.

Mas nesse nosso mundo, tudo tem a sua vertente positiva, mesmo seja essa vertente, o mais insignificante. Quem sabe, essas vossas autênticas raridades arquitetónicas, poderão bem servir daqui a uns anos, como importantíssimas lições de vida, para que os nossos descendentes fiquem a saber por factos estupidificados, o quanto estamos a ser uns tolos, reforçando com isso, a vergonha de eventualmente, evitarem esses nossos erros. Ou até mesmo, servirem como fortes fatores de atracão turística, e passarem a render muitos milhões ao país, em moedas estrangeiras.

Se dispensarem algum tempo para olharem à volta, darão conta da triste degradação dumas casas, que antes, provocaram inveja no oculto sentimento de pessoas como vocês, e que agora, pela falta da devida manutenção, estão a cair aos bocados, desvalorizando todos os dias. Porque, nos casos das dos proprietários honestos, alguns desses acabaram forçados a abandonarem o país; ou a viverem no território, pela tamanha desorganização das nossas estruturas sociais, já não conseguem, por vias legítimas, os merecidos rendimentos capitais. Mas também existem os casos das pertencentes a uns ladrões descarados, e que estão a degradar, porque esses já não têm como outrora, acessos assim tão facilitados, aos cofres do Estado.

Demora nos anos o tempo que demorar, mas as casas acabam sempre por exigir umas profundas manutenções, assim como, umas inadiáveis remodelações, sob pena de aos bocados, desaparecerem completamente do mapa paisagístico.

Parênteses para manifestar uma particular satisfação, e um certo renovar da esperança, pelo progresso que estão a significar recentes mudanças de protagonismo no PRS, e nisto destacar os desempenhos de Florentino Mendes Pereira e Victor Gomes Pereira, sempre que aparecem no papel de porta-voz, perante os diferentes órgãos de comunicação social.  

Concluindo:

Tratem mais sim, de preparar, com máxima eficiência, como cidadãos, e como políticos, se assim tanto ambicionam. Porque o partido que venham a vencer as próximas eleições, e constituir um governo, não será obrigado por legislações algumas, nem por acordos pós eleitorais alguns, a empregar umas almas maníacas, tão incompetentes e incapazes, feitos guineenses gananciosos.

Ser, Conhecer, Compreender e Partilhar


Flaviano Mindela dos Santos