A falência da EAGB é um caso triste que merece uma pequena reflexão sobre a nossa responsabilidade como quadros técnicos ou “ditos” intelectuais do País. A questão da EAGB é uma questão mera e exclusivamente de GESTÃO, ou melhor, da seriedade e da competência com que tratamos a gestão dos diferentes sectores do nosso País. A questão técnica é previsível e superável, desde que haja uma boa gestão. E a EAGB é uma empresa pública, do sector de eletricidade e águas, sectores fundamentais para o desenvolvimento do País, e cuja demanda de seus produtos é permanente, ininterrupta, crescente e isenta de concorrências.
Que factores explicam o insucesso de uma empresa nestas condições? Alguém poderá me dizer: a interferência dos senhores governantes
Eu peço desculpas e digo que a responsabilidade é dos diferentes quadros técnicos que dirigiram a EAGB até o momento, e que não souberam, por incompetência ou por conveniência, fazer a diferença. Inclusivamente o actual director, um dos quadros técnicos mais celebrados da nossa praça.
Muito se fala sobre a presença de iletrados nas estruturas dos governos. Concordo que devemos ultrapassar esta fase e compor governos com os nossos quadros mais bem preparados técnica e cientificamente. Porém, o que dizer quando um quadro técnico é colocado num lugar de responsabilidade e simplesmente não é capaz de fazer a diferença!?... Não estaria este técnico a dar razão aos que pensam que não faz diferença ser ou não capacitado técnico e cientificamente?
A Guiné é um País em que alguns são atribuídos uma competência técnica extraordinária, sem nunca terem demonstrado nada, e são sempre os chamados para ocupar cargos na gestão pública, sucessivamente e sem resultados; enquanto que a outros os “fidjarastas”da nação, nunca são dadas oportunidades de mostrar o que sabem e o que podem contribuir para o País. Existe na Guiné um clube privado de eternos ministros, secretários e diretores, senhores que já não sabem fazer outra coisa, mas que também já perderam todo o impulso criativo, sem falar da competência profissional, sempre a espera de mais um curu, pa manti status, pa mama tacu. Existem na Guiné cidadãos que podem e os que não podem!... Não será por isso que a Guiné está onde se encontra?!...
Por isso um apelo aos candidatos à presidência do meu País, nomeadamente: Helder Vaz, Paulo Gomes e Tcherno Dlajo. Vocês que são diferentes, façam a diferença! Chamem para vossas equipes pessoas preparadas e cobrem metas e resultados.
Ah!
E para EAGB, talvez uma "bidera" que estas sim, são as verdadeiras gestoras de negócios, que merecem todo o meu respeito, suportam maior parte das famílias guineenses, e sem receber subsídios...
Ndji A. Costa
Bissau