Todos somos poucos para continuar a Guiné
De igual modo, como cada um de nós pode ajudar a condicionar o seu próprio destino, podemos enquanto sociedade, moldar os contornos do nosso destino coletivo. Esta tarefa é sempre e invariavelmente uma tarefa do presente. E o nosso país espera por cada um de nós e por todos, agora.
Tornar a vida cada vez melhor, o que é um desejo simples e elementar, faz com que gerações inteiras de mulheres e de homens se desloquem das suas raízes deambulado pelo mundo fora num frenético encontro com o desconhecido, num longo e por vezes espinhoso caminho da emigração. Uns vão para nunca mais voltarem, outros voltam trazendo consigo frustrações ou a dor eterna. E como tudo na vida, há outros que voltam e trazem uma vida melhor. Assim fomos deixando parte de nós, pedaços de memórias e de vidas, por paragens dispersas.
E no limite perguntamo-nos, o que podemos fazer para aliviar o sofrimento humano na terra que nos viu nascer, mesmo estando fora, na diáspora por tempo que só Deus sabe, porque só Ele pode saber.
Daí que eu vos diga, meus irmãos, precisamos de reagir, precisamos todos sem exceção de encontrar formas imaginativas de poder fazer algo, até porque esta é uma forma de podermos voltar sempre, mesmo continuando a morar na emigração. Podemos ajudar a fazer da Guiné-Bissau, um país onde se pode começar de novo e ser feliz.
A história não tem sido indulgente para connosco, mas juntos podemos fazer da nossa vida um lugar melhor. Comecemos então pelo mais simples: lutar pela justiça. Porque só podemos fazer um país com justiça. Assim vamos ver que afinal todos somos poucos para continuar a Guiné.
Força, irmãos...
GENILSON NUNES
Email: genilson_pires_nunes@hotmail.com