terça-feira, 1 de abril de 2014

ABDUL CARIMO SEIDI: PRIMEIRO DE ABRIL



Danos Colaterais

“Ask not what your country can do for you – ask what you can do for your country” John F Kennedy.

De capacete, colete anti-balas e luvas ligo o meu laptop. E uma autentica guerra. Eu sou daqueles que le tudo: leio dedinho (que entretanto meteu baixa ), doka, vou aly, umaro bali, batchi, hormet, na djimberen, bambaram di apili, intelectuais la fora, 7xe…  mas confesso que gosto mais de gaznot (sim e uma pagina e se actualiza de 2 em 2 anos).  No final de cada jornada contam-se as vitimas. Afinal quem vai a guerra da e leva mas no caso dos internautas so levam com mentiras e nao sao poucas! Parece que os cerebros de certos bloggers nem sempre funciona como os do resto da humanidade!
O Fenomeno

Noutro dia ia algures em Oxford Circus, metro de Londres, quando deparo com uma senhora de olho inchado e marcas bem visiveis de violencia do rosto. Numa primeira abordagem soube que ela era guineense e que vinha do hospital onde o primo se encontra va internado em coma induzido tambem  vitimas das mentiras da net. 

O fenomeno ja ganhou proporsoes alarmantes. Na minha aldeia, Uacaba, Gabu, desde a chegada de pens da MTN o enfermeiro Tcherno nao tem tido maos a medir. A porta do Centro de Saude as filas nao param de aumentar  alguns com ematomas consequencias de fragmentos das mentiras da net. E de lamentar, no ultimo fim de semana, a morte de duas galinhas atingidas com um projectile da net.
Intervencao militar Americana equacionada

Tudo  devido a um mal entendido. E que a senhora (Maria Joao) ao desabafar comigo em crioulo   “bloguistas na mata guineenses ku mintida” nao sabia que a senhora ao lado era agente da MI6 (secreta britanica) que num apice e recorrendo a um tradutor do seu gadget  entendeu que se tratava de gente a matarem uns aos outros sabe-se la aonde… rapidamente fomos conduzidos para interrogatorio na Scotland Yard (quartel general da policia britanica) onde estava a nossa espera a tradutora/interprete que ha poucos meses, aquando da deslocacao do Principe Carlos a Papua Nova Guine, teria colaborado em abortar  um suposto atentado numa conversa interceptada em lingua local. Nao foi dificil concluir que “namba wan pikinini lebonge misis kwen” quereria dizer number one child belonging to Mrs Queen  (filho mais velho da rainha, numa traducao livre). So que desta vez ela foi menos feliz na traducao, pois o conceito “matar” nao implicava necessariamente morte mesmo assim chegou-se a equacionar uma intervencao militar na internet da Guine. So faltou mesmo concluir os textos de condenacao  uma vez que os iphone e ipad  usam as cabecas dos utilizadores como escudos humanos e os danos colaterais seriam inevitaveis.  Em alternativa mantem-se a ideia de uso de bruxos e djambakus ao inves de drones.

Recente encontro Ramos Horta - Jornalista
O que era suposto ser a uma conferencia de imprensa do representante da ONU em Bissau acabou numa verdadeira batalha campal. Tudo porque  alguns editores ainda nao se aperceberam que o Codigo de Indigenato Colonial (que nao permitia os guineenses irem para alem de 4a classe) ja nao se usava, no entanto continuam a tentar  passar um certificado de infantilidade mental aos leitores. Nesse encontro, os  profissionais de (des)informacao ameacaram a abandobar a sala quando o emissario tentou introduzir os conceitos de “isensao”, “verdade” e “ reputacao” . “Nos nao somos padres, somos jornalistas” – dizia um deles visivelmente irritado.  Mais a diante o caldo se entornou porque num jeito de pura provocacao o timorense voltou a carga com a historia de “respeito pelos leitores” ai entao foi a gota de agua que fez transbordar o copo. Eram cadeiras a voar e gravas em maos alheias –  autentico parlamento ucraniano! Pena e que ele nem chegou de responder a uma pergunta de jornalista sobre a hipotese de candidatura de Paulo Portas (lider de uma tribo local) que ameacava retirar-se as montanhas com o grupo caso STJ nao lhe aceitasse a candidatura.

De capacete, colete anti-balas e luvas ligo o meu laptop. E uma autentica guerra. Eu sou daqueles que le tudo: leio dedinho (que entretanto meteu baixa ), douka, vou aly, umaro bali, batchi, hormet, na djimberen, bambaram di apili, intelectuais la fora, 7xe…  mas confesso que gosto mais de gaznot (sim e uma pagina e se actualiza de 2 em 2 anos).  No final de cada jornada contam-se as vitimas. Afinal quem vai a guerra da e leva mas no caso dos internautas so levam com mentiras e nao sao poucas! Parece que os cerebros de certos bloggers nem sempre funciona como os do resto da humanidade! 

Email: abdul_say_d@hotmail.com