terça-feira, 26 de novembro de 2013

PAULO GOMES QUER UMA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EFICIENTE

O reforço da qualidade da democracia requer uma atenção especial à reforma da Administração Pública, no sentido da sua aproximação aos cidadãos, da descentralização e da desburocratização, da transparência e da eficiência na prestação do serviço público.


Embora ainda não tenhamos tido a oportunidade de o materializar, estou convencido que o poder autárquico é fundamental e constitui resposta insubstituível às aspirações de bem-estar específicas das populações locais. Na situação em que o país se encontra, devemos trabalhar seriamente e o mais urgente possível nesse sentido, pois pode revestir-se de grande importância para o desenvolvimento equilibrado e equitativo das regiões. Os servidores do Estado devem, para isso, estar mais motivados, mais bem qualificados e bem pagos, mas também mais responsabilizados, contribuindo assim para preservar a dignidade do serviço público.


Precisamos de uma reforma institucional e de capacitação para que o Estado possa funcionar de forma eficiente e eficaz. De igual modo, precisamos de um serviço público credível que seja respeitado por todos os cidadãos. 
Nas escolhas dos altos responsáveis da nossa Administração devem predominar considerações de carreira, mérito e não apenas critérios político-partidários. Só assim podemos de facto credibilizar o Estado e evitar que continuemos a proceder à substituição massiva de dirigentes (e não só) sempre que muda o partido que suporta o Governo. É isso que conduz a uma abordagem míope do tipo « o vencedor leva tudo » para lidar com oportunidades e recursos. Com uma democracia de 20 anos, é tempo de acabar com esta prática que vem contribuindo negativamente para o nosso processo de desenvolvimento.


A melhoria da qualidade da nossa Administração deve constituir um objectivo permanente dos agentes políticos e será, para mim, uma prioridade da magistratura do Presidente da República.
 É necessário que as instituições fundamentais da nossa Administração sejam respeitadas e gozem de elevada credibilidade, o que pressupõe que aqueles que servem a causa pública em lugares públicos sejam vistos pelos cidadãos como honestos, competentes e rigorosos, cumpram as promessas feitas, tenham sentido de ético e de Estado e actuem de acordo com o interesse nacional. Portanto, não me pouparei a esforços, no quadro das competências constitucionais do Presidente da República, para que a seriedade, a honestidade e a transparência imperem dentro da nossa Administração Pública.


Zelar pela defesa e segurança dos cidadãos e do país Prestarei uma atenção particular às questões da segurança das pessoas e dos seus bens e da prevenção da violência, sobretudo da violência política que muito negativamente tem contribuído para a integridade do sistema político do país. Neste domínio, cabe ao Estado responsabilidades indeclináveis, particularmente às entidades responsáveis pela garantia da segurança, às autoridades de investigação e aos serviços de recolha de informações. Devem ser-lhes assegurados os meios indispensáveis para uma actuação eficaz, no respeito pelos direitos individuais dos cidadãos reconhecidos pela Constituição e pela lei.


A questão da segurança e defesa continua a ser um obstáculo fundamental ao nosso progresso. Para além disso, a promiscuidade entre os políticos e militares tem vindo a contribuir para minar a confiança no sistema político. 
No exercício das funções de Comandante Supremo das Forças Armadas que a Constituição atribui ao Presidente da República, empenhar-me-ei na dignificação e prestígio das Forças Armadas e acompanharei em permanência o seu processo de reforma, qualificação, actualização e modernização, tendo em vista adequá-las à complexidade das ameaças que as sociedades modernas enfrentam.


O País deve dispor de forças de defesa e segurança motivadas e preparadas, não só para assegurar a defesa do território nacional, mas também para contribuir para o reforço da nossa posição na cena internacional, através da realização de missões para combater o crime organizado que flagela o nosso país e a nossa sub-região e que ajude igualmente a fortalecer o controlo aduaneiro e da participação em missões sob a égide das Nações Unidas ou no âmbito das organizações sub-regionais. Para isso, o país terá que apostar na profissionalização e capacitação das nossas forças, melhorando o processo de recrutamento e estabelecendo uma remuneração justa e um sistema de pensões funcional e assegurar-lhes os meios indispensáveis para uma actuação eficaz, no respeito pelos direitos individuais dos cidadãos reconhecidos pela Constituição e pela lei.
 Apostar numa comunicação social livre, pluralista e responsável

Para que a nossa democracia seja de qualidade, devemos apostar numa Comunicação Social livre, pluralista e responsável e promover o fortalecimento de uma Sociedade Civil participativa, autónoma, dinâmica e, sobretudo, que cultive uma ética de co-responsabilidade.


Em todas as nossas acções deve prevalecer o sentido de responsabilidade e transparência. Só isso ajudará a reconstruir a confiança necessária para tranquilizar os resistentes à mudança, fazendo-os participar na edificação de um Novo Estado reformado e transformado, contribuindo assim para a promoção e valorização da nossa riqueza cultural.


Promover a cultura enquanto factor de afirmação da identidade nacional
Enquanto Presidente da República irei incentivar iniciativas de actores culturais a nível interno e externo, com a finalidade de perenizar e difundir cada vez mais a nossa cultura nas suas mais diversas manifestações. Promoverei a criação de um programa de infraestruturação da nossa cultura para a produção, promoção e difusão das mais variadas vertentes artísticas existentes no país e que caracterizam o nosso rico mosaico étnico-cultural.


Paulo Gomes