A
escolha do Abel Na Ncada como candidato do PRS às eleições
presidências, foi mais uma prova de falta de maturidade do PRS que
não consegue passar de um partido com forte pendor étnico para um
partido nacional. E óbvio que os pretendentes como Jorge Malu e Sori
Djaló tinham mais legitimadade quer histórico quer técnico para
serem candidatos do PRS nas próximas presidências. Esta escolha dos
renovadores, anulou os esforços que tinha feito Alberto Na Mbeia
para promover a imagem renovada do partido.
O PAIGC
elegeu Domingos Simões Pereira como presidente do partido com uma
maioria de 60% dos votos. Uma tal percentagem legitima e aumenta a
autoridade do novo presidente do PAIGC, que conduzirá o partido ás
proximas eleições legislativas. É um forte sinal de que é preciso
virar a página e operar uma transição geracional fazendo com que
os problemas criados pela geração anterior não venham poluir e nem
assombrar as acções futuras do partido.
Domingos
Simões Pereira, provável futuro Primeiro Ministro, em caso da
vitória do PAIGC nas legislativas, deve alargar sua margem de
manobra quer seja no interior do partido quer ainda no plano
nacional. No partido, deverá pôr fim a intervenções que podem
criar frustrações e minar suas ações. Evitando envolver-se em
tentativas de procura de solução a problemas menores que agitavam a
vida partidaria: O grupo de Carlos Gomes Jr. contra o do Nino e o de
Bacai, contra o de Serifo Nhamadjo. Estes são problemas dos anciões
que não se conseguiram resolver, não devem ser e nem constituem
prioridades da nova geração que almeja paz, sossego e
desenvolvimento.
A partir
deste momento, com o novo presidente do PAIGC, os mais velhos :
Carlos Correia (80 anos), Manecas dos Santos (69 anos), Manuel
Saturnino Costa (72 anos), Carmen Pereira (83 anos), Luis Oliveira
Sanca (68 anos), Satu Camará (69 anos), Mário cabral (70 anos),
Carlos Gomes Junior (66 anos), Francisco Benante (62 anos) devem
pautar pela sensatez, deixando a politica ativa. Já deram o que
tinham para dar.
Tendo a
Guiné-Bissau um sistema constitucional semi-presidencial, seria de
bom senso que o próximo Presidente da República seja uma pessoa
idonea e suprapartidária, o que permeteria dialogo no relacionamento
e apoio ao futuro Governo sem fazer valer compromissos assumidos com
qualquer partido, atendendo apenas os ideais do bem estar social e
económico do povo guineense.
O futuro
Presidente da República deverá ser uma figura jovem e culto, que
mantem uma posição supraparidária na cena nacional e uma figura
respeitada na cena internacional para mudar a imagem da Guiné.
Assim
sendo, o melhor duo que o Povo da Guiné poderá se oferecer a si
mesmo, é eleger o Dr. Paulo Gomes na presidência da República e o
Egº Domingos Simões Pereira na Primatura. Ambos são jovens,
competentes e sérios. Respeitados e admirados pela camada juvenil,
pelos mais velhos, no campo e nas cidades. Formam o duo ideal, de
referência para o modelo do novo guineense, desejado por todos. Por
razões de experiências profissionais e de visão institucional, são
propensos a trabalhar no espírito de equipa e em estratégias de
complementaridade de ação em prol do desenvolvimento da Guiné.
No plano
político e pelo facto de não estar envolvido em nenhum partido
político, o Dr. Paulo Gomes na Presidência da República irá criar
condições para aprofundamento da nossa democracia e lançar amplas
ações de reconciliação nacional cujo vencedor será o guineense,
cada um de nós. É nessa qualidade de Presidente da República que
cobrirá a área diplomática e de promoção dos investimentos e o
Egº Domingos Simões Pereira, como Primeiro Ministro, encaregar-se-á
se das grandes reformas, económicas, sociais e das políticas
interna.
No plano
económico, sua área de predileção, Dr. Paulo Gomes impulsionará,
junto ao Governo a transformação económica e social da Guiné,
atravéz da sua influência nas organizações internacionais e nos
fundos de desenvolvimento para facilitar o cumprimento do programa do
Governo.
Vanusa Castro Fernandes