É contudo nesse preciso momento que se
assiste a situações que podiam simplesmente entristecer não fossem poder
representar o princípio do fim.
Todos já estarão cientes de que o
Congresso do PAIGC é o culminar de uma série de reuniões preparatórias -
Assembleias de Base, Conferências de secção, de Sector e de Região. Os
delegados vão sendo subsequentemente e gradualmente eleitos, concomitantemente
com as comissões políticas e respetivas direções.
Ora, após um longo e difícil processo para
se consumar a eleição dos Delegados para as Conferências Regionais, a Direção
Superior do Partido e a Comissão Nacional Preparatória decidem aprovar
orientações para a boa condução destas, de que resultou o seguinte: permitir
a votação “braço no ar” só em caso de existência de lista solidária ou lista
única consensualizada. Caso houverem listas concorrentes, proceder à votação
pelas urnas. Eis que uma candidatura se insurge a contestar a votação nas
urnas e a aterrorizar tudo e todos a favor do “braço no ar”. Exatamente
aquela que se autointitula de «Democrática e inclusiva».
Será preciso mais para se perceber que há
aqui alguém desenquadrado? Assumir que se andou a distribuir dinheiro e que por
isso se exige “o cumprimento do acordado” ultrapassa o que achávamos possível
e, não parece que possamos ficar só pelo lamento. Falando claro, até aonde quer
ir o Braima Camará com esta onda de corrupção, dominação e manipulação? Em nome
do partido de Cabral e do país que é de todos nós, é preciso parar isso!
Numa altura em que os demais candidatos,
conhecedores do partido e comprometidos com os seus valores mais nobres e
dignos, colocam o partido em primeiro lugar; fazem o jogo respeitando a
dignidade das pessoas, e aguardam nos respetivos espaços políticos a escolha
livre dos militantes; Braima Camara viaja incessantemente a todas as Regiões,
distribui Vacas e dinheiro, instrui os apoiantes no sentido de perturbarem o
processo recusando uma instrução superior que visa simplesmente dar
transparência ao processo, credibilizar e mesmo legalizar o ato.
Quem não entendeu isso, será que entende
mais alguma coisa? E se não entende será que pode merecer tudo o resto?
É do PAIGC e do nosso país que se trata!
Manuel Fonseca (Militante de 1º hora)