Exmo. Sr.
Luís Vaz Martins
Presidente da Liga
Guineense dos DH
Praia, Cabo-Verde, Fevereiro de 2014
Exmo. Sr. Luís Vaz Martins,
Desde Outubro de 2012 que abandonei o meu país em virtude de
ameaças contra a minha vida, isto depois de, na sequência do golpe se Estado de
12 de Abril de 2012, ter sido espancado, detido e desapossado de todos os meus
materiais de trabalho, sem que alguma vez alguém tivesse sido responsabilizado
pelas violações dos meus direitos de cidadão e de jornalista profissional.
Desde a minha recambolesca fuga, já vivi em Dakar – onde cheguei
a ser perseguido. Depois fui para Lisboa e finalmente vim para Cabo-Verde, onde
resido desde há quatro meses, com todas as dificuldades inerentes a quem é obrigado
a viver fora do seu país – o exílio não é, decididamente, Pártia que convém a
ninguém.
Sr. Presidente,
Sirvo-me da presente carta de manifesto de intenção para
solicitar os bons ofícios da insuspeita organização que V. Excia dirige – a LGDH,
a fim de interceptar junto das demais organizações e parceiros bi e multi-laterais
da Guiné-Bissau , a saber:
ONU, UE, UA, CPLP, CEDEAO, para além das autoridades de
facto da Guiné-Bissau – ANP e todos os grupos parlamentares, a Procuradoria-Geral
da República – a fim de sensibiliza-los para a iminência do meu regresso à
Guiné-Bissau, a minha pátria.
Muito me sensibilizaria se a LGDH fizesse chegar este meu
apelo a toda a imprensa nacional, ao povo da Guiné-Bissau, e faça chegar uma
cópia junto de cada uma das organizações supracitadas.
Sem mais de momento, queira aceitar Sr. Presidente os
protestos da mais elevada estima e votos de prosperidade na senda do progresso
da LGDH contra os tipos de violações dos direitos dos cidadãos da República da
Guiné-Bissau.
António Aly Silva / Jornalista