“Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por
ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela”. (John Kennedy) Assim vou iniciar
este pequeno artigo. Espero que sirva de reflexão e de consciencialização da
sociedade guineense, sobre a necessidade de exercício duma cidadania activa.
Falamos da
Guiné como o país que nos viu nascer, onde
fomos educados ou a terra dos nossos pais, mas, nem todos nós temos a noção da grandeza deste
solo sagrado onde os nossos antepassados fizeram as suas histórias e deixaram as suas pegadas
que hoje, estamos a seguir com muitos sobressaltos.
Exibimos com
orgulho a beleza e riqueza natural deste cantinho abençoado mas, infelizmente,
nem todos nós cumprimos
o compromisso e o dever de algo fazer, com imensa gratidão, à esta terra que muito sofreu para
que possamos hoje, respirar o ar da liberdade e sentirmos dignos e honrados.
A
transformação da Guiné-Bissau numa nação socialmente justa e economicamente
sustentável não é fácil, nem é uma tarefa apenas dos políticos. Somos todos
co-responsáveis pelo destino do país, co-pilotos deste navio que navega rumo à
um porto seguro.
Durante
estes anos que se viu a pátria de Cabral afrontada, o povo envolvido na
insanidade dos conflitos, assistiu-se claramente, o renascer do sentimento
nacionalista dos cidadãos.
Os
guineenses manifestam a preocupação com a manutenção da paz e da reconciliação
nacional, tendo em linha de conta o desenvolvimento da nossa rica nação e o
bem-estar dos seus filhos, seja onde estiverem.
Existe em
todo mundo, milhares de fidjus di Guiné que, por razões diversas, deslocaram
para o exterior em busca de segurança e uma vida melhor. Organizados em
associações, dão o seu contributo não só com o envio de remessas à terra mas
também com palestras, eventos culturais, sociais etc.
Como bons
exemplos, entre muitas organizações, destaco a Associação Elo De Gerações
&Texas 80 (AEGT80) e a Associação da Comunidade Guineense em Londres (ACGL).
A AEGT80
tem promovido encontros internacionais de cidadãos, de elevado interesse, em
algumas cidades europeias, onde foram abordados os temas como: educação a
saúde, turismo, cultura, economia, ambiente, literatura assim como, os desafios
que sociedade guineense tem pela frente. Esta organização tem agendado para os
dias 9 e 10 de Agosto, em Lisboa, o mega evento ”Encontro da Lusofonia”. Participe
e faça a sua parte! Todos
juntos podemos mudar a realidade...
No
entanto, é de aplaudir o excelente trabalho que a ACGL tem estado a desenvolver
na UK, em prol da comunidade. No dia 26/07/2014, esta organização promoveu mais
uma conferência, onde foram discutidos temas de suma importância para o país e
à comunidade guineense residente no Reino Unido.
O
evento teve como oradores, quadros experimentados guineenses, residentes no
Reino Unido, ilustres senhores: Prof. Doutor José Nafafe; Prof. Doutor Adelino
Biague Na Dum; Eng. Juliano Nunes; e Eng. Otílio Camacho. Também estavam
presentes na mesa, a Presidente da ACGL, Sra. Cristina Conduto e o Sr. Mário
Alassana Djaló, Presidente da Assembleia Geral desta organização.
Durante
a conferência, os participantes discutiram a imperiosa necessidade de criar uma
representação diplomática da Guiné-Bissau no Reino Unido, tendo em conta o número considerável de guineenses. O encontro teve como um
dos objectivos, alertar os nossos governantes sobre necessidade de haver
diálogo directo “País- Diáspora” para que os emigrantes possam sentir a
presença protectora do Estado.
Abordou-se
aspectos relacionados com a criação de condições para que a diáspora possa
exercer os seus direitos de voto e de participar na vida política do país.
Falou-se
ainda no desejado regresso a terra natal de cidadãos e a integração destes, nos
sectores de desenvolvimento da Guiné-Bissau.
O nosso dever de responsabilidade pública começa/começou nas urnas com o voto e com a eleição dos nossos governantes mas, por aí não ficará com certeza.
É hora de reafirmarmos o nosso amor à mãe Pátria e demonstrar o nosso empenho em servi-la!
“Amor à pátria” é um valor cívico que se aprende, um sentimento nobre que se cultiva”. (AD)
Por amor a pátria, devemos cumprir com responsabilidade, os nossos deveres como cidadãos.
Obrigado Mãe Guiné, por tudo que tens feito pelos teus filhos.
Londres, 03/08/2014.
Vasco de Barros.