terça-feira, 5 de agosto de 2014

OPINIÃO: POR AMOR A PÁTRIA

“Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela”. (John Kennedy) Assim vou iniciar este pequeno artigo. Espero que sirva de reflexão e de consciencialização da sociedade guineense, sobre a necessidade de exercício duma cidadania activa.

Falamos da Guiné como o país que nos viu nascer, onde fomos educados ou a terra dos nossos pais, mas, nem todos nós temos a noção da grandeza deste solo sagrado onde os nossos antepassados fizeram as suas histórias e deixaram as suas pegadas que hoje, estamos a seguir com muitos sobressaltos.

Exibimos com orgulho a beleza e riqueza natural deste cantinho abençoado mas, infelizmente, nem todos nós cumprimos o compromisso e o dever de algo fazer, com imensa gratidão, à esta terra que muito sofreu para que possamos hoje, respirar o ar da liberdade e sentirmos dignos e honrados.

A transformação da Guiné-Bissau numa nação socialmente justa e economicamente sustentável não é fácil, nem é uma tarefa apenas dos políticos. Somos todos co-responsáveis pelo destino do país, co-pilotos deste navio que navega rumo à um porto seguro.

Durante estes anos que se viu a pátria de Cabral afrontada, o povo envolvido na insanidade dos conflitos, assistiu-se claramente, o renascer do sentimento nacionalista dos cidadãos.

Os guineenses manifestam a preocupação com a manutenção da paz e da reconciliação nacional, tendo em linha de conta o desenvolvimento da nossa rica nação e o bem-estar dos seus filhos, seja onde estiverem.

Existe em todo mundo, milhares de fidjus di Guiné que, por razões diversas, deslocaram para o exterior em busca de segurança e uma vida melhor. Organizados em associações, dão o seu contributo não só com o envio de remessas à terra mas também com palestras, eventos culturais, sociais etc.

Como bons exemplos, entre muitas organizações, destaco a Associação Elo De Gerações &Texas 80 (AEGT80) e a Associação da Comunidade Guineense em Londres (ACGL).

A AEGT80 tem promovido encontros internacionais de cidadãos, de elevado interesse, em algumas cidades europeias, onde foram abordados os temas como: educação a saúde, turismo, cultura, economia, ambiente, literatura assim como, os desafios que sociedade guineense tem pela frente. Esta organização tem agendado para os dias 9 e 10 de Agosto, em Lisboa, o mega evento ”Encontro da Lusofonia”. Participe e faça a sua parte! Todos juntos podemos mudar a realidade...

No entanto, é de aplaudir o excelente trabalho que a ACGL tem estado a desenvolver na UK, em prol da comunidade. No dia 26/07/2014, esta organização promoveu mais uma conferência, onde foram discutidos temas de suma importância para o país e à comunidade guineense residente no Reino Unido.

O evento teve como oradores, quadros experimentados guineenses, residentes no Reino Unido, ilustres senhores: Prof. Doutor José Nafafe; Prof. Doutor Adelino Biague Na Dum; Eng. Juliano Nunes; e Eng. Otílio Camacho. Também estavam presentes na mesa, a Presidente da ACGL, Sra. Cristina Conduto e o Sr. Mário Alassana Djaló, Presidente da Assembleia Geral desta organização.

Durante a conferência, os participantes discutiram a imperiosa necessidade de criar uma representação diplomática da Guiné-Bissau no Reino Unido, tendo em conta o  número considerável de guineenses. O encontro teve como um dos objectivos, alertar os nossos governantes sobre necessidade de haver diálogo directo “País- Diáspora” para que os emigrantes possam sentir a presença protectora do Estado.

Abordou-se aspectos relacionados com a criação de condições para que a diáspora possa exercer os seus direitos de voto e de participar na vida política do país.

Falou-se ainda no desejado regresso a terra natal de cidadãos e a integração destes, nos sectores de desenvolvimento da Guiné-Bissau.

O nosso dever de responsabilidade pública começa/começou nas urnas com o voto e com a eleição dos nossos governantes mas, por aí não ficará com certeza.

É hora de reafirmarmos o nosso amor à mãe Pátria e demonstrar o nosso empenho em servi-la!

É hora de sentirmos orgulhosos do grande país que temos, da nossa cultura, da nossa história, do nosso povo, da nossa bandeira!

“Amor à pátria” é um valor cívico que se aprende, um sentimento nobre que se cultiva”. (AD)

Por amor a pátria, devemos cumprir com responsabilidade, os nossos deveres como cidadãos.

Obrigado Mãe Guiné, por tudo que tens feito pelos teus filhos.

Londres, 03/08/2014.
Vasco de Barros.