quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
OPINIÃO: JOMAV & DSP A DITA DUPLA IMBATÍVEL
Ouvi em Bissau e li nos varios blog guineenses comentarios sobre a crise em gestação entre O Presidente da Repùblica e o Primeiro Ministro. Depois varios analises cheguei a seguinte conclusão. : Na Guiné o nosso problema não està unicamente nas pessoas. E evidente que os feitios, a maneira de ser das pessoas contam, mas temos um problema de caducidade do quadro organizativo do Poder politico. A nossa Constituçao é uma das principais « causas » dos problemas institucionais, com a sua vertente semi-presidencialista.
Todos os Presidentes da Repùblica tiveram problemas do genero com os seus Primeiros Ministros : Nino Vieira e Manuel Saturnino Costa, Kumba Yala com Caetanao Intchama, Alamara Nhasse, Faustino Embali, Henrique Rosa e Carlos Gomes Jr, Bacai e Carlos Gomes Jr e agora Jomav e Domingos Simões Pereira.
Na realidade as carencias constitucioais podem serem colmatadas se tivermos um Presidente de Repùblica que quer ser um arbitro e não um ator na vida politica. Ai é que pecam os Presidentes. Neste braço de ferro Jomav/Domingos Simões Pereira, o Presidente da Repùblica não têm razão.
E ao Primeiro Ministro - Chefe do Governo que compete planificar, definir e executar a sua politica implementando o Programa Nacional de Desenvolvimento votado simultaneamento com o Orçamento Geral do Estado.
O JOMAV nomeando e rodeando-se no seu Gabinete dos adversarios politico do Domingos Simões Pereira no congresso de Cacheu, desencadeou um braço de ferro com o Primeiro Ministro. Ouvimos no seu discurso de tomada de posse, JOMAV a compremeter-se nas àreas de competência do Governo. Ouvimos um discurso hostil e quase belico do Presidente da Repùblica na tomada de posse do atual Governo, sem dar o beneficio da duvida a um Governo a ser empossado, que merecia ser encorajado.
Criticamos o PRS, mais hoje o apoio do PRS tornou-se importante na sustentação deste Governo para alcançar a estabilidade governativa. Peço que o Presidente da Repùblica, José Mario Vaz, cumpre o seu papel de arbitro, de facilitador para politicas pùblicas a serem implementadas pelo Governo. Nao é uma questão de pessoa, mas é a nossa Guiné que està em causa.
Nos nossos hospitais pessoas continuam a morrer por falta de cuidado medico, falta de materiais de diagnostico, falta de medicamento. A qualidade do nosso ensino é catastrofica. Muitos guineenses vivem ainda com falta de saneamento de base, bebem agua nao potavel, crianças caminham quilometros e quilometros para ir a escola. A esperança de vida na Guiné não ultrapassa 50 anos. Muitos compatriotas nossos comem só uma vez por dia.
Atuando desta forma o Presidente da Repùblica criou suspeita a volta da credibilidade do Governo e enfraquenceu o Governo perante o seu « magna encontro » deste ano, a Mesa Redonda. A primeira condição para o sucesso da Mesa Redonda é a confiança dos parceiros no sistema governativo. Infelizmente, a primeira figura do Estado fez um auto golo contra a sua propria equipa. Os parceiros que segume atentamente a nossa vida politica, vão ser cautelosos a aconselhar o Governo porque não querem tomar parte numa guerra entre as duas testas do Executivo. Assim sendo vão preferir esperar ainda mais. A saida infeliz do Cipriano Cassama, Presidente da Assembleia, pedindo a demissão do Minisro das Finanças, retirou a credibilidade ao Ministro encarregue de negociar com parceiros financeiros durante a Mesa Redonda. E para não ajudar o JOMAV apagou as condições politicas para o sucesso da Mesa Redonda.
No final temos o Presidente da Repùblica e o Presidente da Assembleia Nacional contra o Primeiro Ministro. Esta equação politica, analisada por doadores que são cautelosos com Países instaveis como o nosso, pode significar que o Domingos Simões Pereira tem dias contados na testa do Governo. Isso implica que temos que reconstruir a credibilidade e confiança interna antes de voltar a falar da Mesa Redonda. E para tal, o JOMAV deve deixar de ser o Primeiro Opositor.
Pedro Té.