A Nigéria está a preparar-se com todo o cuidado para as eleições
gerais deste sábado. A violência registada há quatro anos e a ameaça constante
do Boko Haram estão motivar segurança apertada em torno desta chamada às urnas
para escolher um novo parlamento e decidir a recondução ou não do actual
Presidente, Goodluck Jonathan.
A perder popularidade devido à crescente onda de violência a
que não tem conseguido fazer frente sem ajuda externa, o conhecido “presidente
do chapéu” recandidata-se após vencer o sufrágio de há quatro anos. O mandato
deste cristão num país de metade muçulmana não tem sido fácil e isso pode
beneficiar o principal concorrente.
No boletim de voto vai surgir pela quarta vez consecutiva
Muhammadu Buhari, um antigo dirigente militar islâmico que já liderou a Nigéria
nos anos oitenta. Nas três ultimas presidenciais (2003, 2007 e 2011) perdeu
todas. Mas, desta vez, Buhari pode beneficiar da quebra de popularidade do actual
presidente.
Apesar de não haver sondagens que o indiquem, crê-se que as
probabilidades de vitória estão divididas entre os dois rivais naquela que é
considerada desde o ano passado, devido a uma alteração do modelo de cálculo
estatístico, a maior economia do continente africano, à frente da África do
Sul.
A população nigeriana, por seu turno, encontra-se dividida
entre um norte subdesenvolvido e um sul mais próspero. Em termos religiosos, o
país divide-se também entre cristãos e muçulmanos, havendo ainda uma minoria
animista. O norte é maioritariamente islâmico e o sul tem predominância cristã.
A segurança é, no entanto, a grande preocupação para este
sábado. Estas eleições estavam previstas para 14 de Fevereiro e foram adiadas.
Entretanto, foi iniciada uma operação militar contra o grupo Boko Haram, que
tem vindo a espalhar o terror no país e que desde a insurreição em 2009 já terá
causado a morte a mais de 13 mil pessoas e provocado 1,5 milhões de deslocados,
sobretudo na região norte do país.
Há quatro anos, após a vitória do cristão Goodluck Jonathan
nas eleições, houve confrontos que resultaram em quase mil mortos.
Desconhecendo-se o número de eleitores com possibilidade de
exercer o direito de voto, a grande questão, para já, é como irão reagir, este
ano, os nigerianos à escolha de uma nova liderança para o país, essa é a
questão.