Estamos a chegar o final duma transição politica
que muito deixará a desejar. Assistimos um longo período de hibernação do
processo de crescimento económico, momentos de instabilidade e muita tensão.
Foram mais dois anos de muitas incertezas e poucas mudanças significativas na
vida do nosso povo.
As eleições gerais de 13 de Abril, deixarão para
trás, um período sombrio da nossa história e representarão com certeza, um
passo importante para reposição da ordem constitucional, democrática e o início
de uma nova e delicada fase para o país. Para os guineenses, esta data será de
união, reflexão e sobretudo, de mudança.
Kama
ke no kumpu, lá
ke nô na dita!
Espera-se uma grande afluência às urnas. Não
será novidade, até porque, o povo está cansado de sofrer. Aparecerão candidatos
com a sigla Honestidade e Irreverência (HI) estampada no peito, alguns deles de
competência duvidosa, prometendo mundos e fundos, na tentativa de iludir o
eleitor. Nós (povo) temos que ser firmes, mas, porém cautelosos na escolha dos
nossos representantes. Temos que ter um olho no padre e outro na missa ou se
quiserem, um olho no gato e outro no peixe. Votar em qualquer um é ser
conivente com os seus abusos, facto que, repercutirá na nossa vida e no nosso
bem-estar. Eleger candidatos corruptos e/ou incompetentes significa promover a
injustiça e uma falsa ilusão de liberdade.
Os partidos políticos que funcionam como simples máquinas eleitorais,
devem respeitar a vontade expressada pelo povo e encarar estas eleições como a última oportunidade para construir uma sociedade mais justa e transformar
a Guiné-Bissau numa nação progressista.
A comunidade internacional deve aumentar os apoios em todas as frentes,
redobrar a segurança antes e depois das eleições, sob pena de ver todos os
esforços, que já são poucos, a irem por água abaixo.
Difíceis e complexos, são os desafios que temos pela frente.
Independentemente dos resultados obtidos, as nossas convicções, os nossos
sonhos e desejos deverão ser afirmados de forma consistente e os projectos
colectivos deverão ser colocados ao serviço da nação guineense.
Não deixemos a maré nos levar, pois, ela pode nos empurrar para o fundo
do poço! Vamos trabalhar para que as eleições sejam livres transparentes e
justas!
No dia 13 de Abril, dia do renascer da esperança, vamos todos votar na Guiné-Bissau!
Londres, 15/03/2014.
Vasco de Barros.