O
filho do ex-Presidente do Senegal, Karim Wade, julgado por suposto enriquecimento ilícito anunciou
quinta-feira última ter iniciado "uma greve de fome ilimitada", no
Palácio de Justiça de Dakar.
Ex-ministro
das Infraestruturas e Transportes Aéreos sob o regime do seu pai, Abdoulaye
Wade, Karim Wade declarou ter lançado este movimento para exigir o respeito
pelos seus direitos.
"Karim Wade, assumindo a sua decisão,
coloca Macky Sall (o chefe de Estado) e Henry Grégoire Diop (presidente do
Tribunal de Repressão do Enriquecimento Ilícito (CREI), face às suas respetivas
responsabilidades neste processo político", sublinha um comunicado publicado pelos seus advogados quinta-feira à
noite.
Muito
cedo na manhã de quinta-feira, Karim Wade apresentou-se na barra do Tribunal
sem os seus advogados que boicotaram o CREI quarta-feira de manhã, na sequência
dum incidente entre o presidente do Tribunal e El Hadj Amadou Sall, um dos
conselheiros e advogado do réu.
Este
último foi expulso da sala de audiência e, por solidariedade para com ele,
todos os defensores de Karim Wade e de seus coacusados deixaram a sala de
julgamento denunciando uma violação dos direitos da defesa.
Após
este incidente ocorrido quarta-feira de manhã, o filho do ex-Presidente do
Senegal recusou-se a apresentar-se na barra do Tribunal sem seus advogados, mas
por ordem do presidente do Tribunal, ele
foi conduzido à força ao Tribunal.
O
julgamento de Karim Wade e de seus coacusados por suposto enriquecimento
ilícito e cumplicidade no presumível enriquecimento ilícito iniciou-se a 31 de
julho de 2014.
O
Tribunal Especial do CREI atribui-lhe um
suposto património ilícito estimado em 117 biliões de francos CFA (cerca de 207
milhões e 207 mil dólares americanos).
O
filho do ex-Presidente senegalês está em detenção preventiva desde abril de
2014.