O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, disse esta
quinta-feira que a liberdade de imprensa não é a “liberdade de insultar”,
descrevendo a publicação de caricaturas do profeta Maomé como uma “grave
provocação”.
“A publicação daquela caricatura é uma provocação grave (…).
A liberdade de imprensa não significa a liberdade de insultar”, afirmou o
primeiro-ministro islamo-conservador à imprensa, em Ancara, antes de partir para
Bruxelas.
Ahmet Davutoglu vicou que “não se pode aceitar insultos ao
profeta”.
O primeiro número do jornal satírico Charlie Hebdo depois do
ataque à redação na semana passada, e que provocou a morte de 12 pessoas, tem
na capa uma caricatura de Maomé, de lágrima no olho, segurando uma folha com a
frase ‘Je suis Charlie’, a mesma que foi utilizada por milhões de pessoas que
se manifestaram em defesa da liberdade de expressão.
O desenho tem como título “Tudo está perdoado”.
Na quarta-feira passada, dois homens encapuzados e armados,
os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, entraram na redação
do Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas: 10 jornalistas e dois polícias.
Depois de dois dias em fuga, os dois suspeitos do ataque
foram mortos na sexta-feira passada, na sequência do ataque de forças de elite
francesas a uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde
se tinham barricado.
Num outro atentado, na quinta-feira, uma agente da polícia
municipal foi morta, no sul de Paris, tendo a polícia estabelecido “uma
ligação” entre os dois ‘jihadistas’ suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o
presumível assassino.
Na sexta-feira, ao fim da manhã, cinco pessoas foram mortas
num supermercado 'kosher' (judaico), no leste de Paris, numa tomada de reféns,
incluindo o autor do sequestro, que foi morto durante a operação policial.