Fonte oficial da Federação Portuguesa de Futebol
(FPF) não se referiu a casos específicos, mas admitiu que já por
diversas vezes a FPF “solicitou às entidades competentes o apuramento da
veracidade dos documentos de identificação de alguns jogadores” sobre
os quais recaíam suspeitas. “A resposta que recebemos era a de que os
documentos são autênticos mas não é possível determinar a autenticidade
do seu conteúdo”, disse.
O advogado João
Diogo Manteigas lembra que esta facilidade em forjar documentos não se
cinge apenas aos jogadores: “Veja-se a quantidade de agentes FIFA que há
na Guiné-Bissau. Há mais empresários portugueses registados lá do que
em Portugal. Isto significa que essas pessoas vão para a Guiné, pagam um
valor e é-lhes dada a carta de empresário FIFA.” O especialista lembra
ainda a precariedade da Guiné como outro fator que contribui para o
número crescente de jogadores africanos em Portugal. Situação
aproveitada pelos empresários: “Estes miúdos vêm para cá e não têm nada.
Se receberem 50 euros, para eles é uma coisa de outro mundo. Os clubes
garantem-lhes alojamento e alimentação e é mais do que suficiente. Isso
permite que os Cátio Baldé desta vida não tenham de fazer mais nada.
Quanto muito pagam-lhes umas chuteiras e está bom. No meio destes miúdos
algum há-de sobressair e paga muitas vezes o pequeno investimento feito
em todos.”
Fonte: Record