A União
Europeia (UE) vai pagar a deslocação da comitiva da Guiné-Bissau à reunião com
doadores, agendada para 25 de Março, em Bruxelas, anunciou o primeiro-ministro
guineense, Domingos Simões Pereira.
A saída de
uma audiência com o Presidente da República, José Mário Vaz, o chefe do Governo
disse estar satisfeito com os sinais que tem vindo a receber no âmbito da
preparação da mesa-redonda com os doadores e parceiros do país, mas sobretudo
pela manifestação de apoios por parte da UE."A União Europeia enviou-nos duas notas. Uma do Parlamento Europeu e outra da própria UE", em que comunica que "vai assumir todos os custos da delegação da Guiné-Bissau" declarou Domingos Simões Pereira, quando dava conta aos jornalistas do teor da conversa tida com o presidente José Mário Vaz.
O
primeiro-ministro guineense enalteceu também as manifestações de solidariedade
que recebeu da Comunidade Económica dos Países da Africa Ocidental (CEDEAO) e
das Nações Unidas e diz-se confiante no sucesso do encontro internacional.
Foi com o
propósito de apresentar o estado dos preparativos da reunião de Bruxelas que
Domingos Simões Pereira se reuniu com o presidente guineense, que informou das
diligências em termos logísticos e a quem apresentou os documentos que vai
levar ao encontro.
"O
Presidente manifestou interesse em conhecer em detalhe essa documentação, que
vamos facultar-lhe ", observou Simões Pereira.
O
primeiro-ministro escusou-se a comentar "outros assuntos de índole
interno" que teria discutido com o Presidente, mas enfatizou o gesto de
solidariedade manifestada na terça-feira pelo líder do Parlamento, Cipriano
Cassamá, em relação à mesa redonda."É um sinal positivo que vem confirmar o que a Assembleia Nacional Popular já tinha feito quando aprovou, por unanimidade, o Programa do Governo. É um sinal muito forte da adesão da população a este processo", disse Domingos Simões Pereira.
O chefe do
Governo guineense comentou também o alegado clima de tensão com o Presidente do
país, para sublinhar que cada um faz a parte que lhe cabe, de acordo com os
deveres constitucionais, ainda que alguns assuntos sejam delicados.
"Nós
temos tratado de assuntos delicados com o Presidente da Republica. Eu estou
satisfeito porque nenhum de nós foge dos assuntos difíceis. Estamos a tratar
das questões e quando elas são realmente mais delicadas temos que levar mais
tempo na sua análise, na sua abordagem", referiu.
Domingos
Simões Pereira disse não ter motivos de queixa na sua relação com José Mário
Vaz.
"Ele
enquanto presidente da Republica, eu enquanto chefe do Governo: não tenho
razões de queixa. Penso que é o país, é a governação é todo o ambiente politico
que sai reforçado", acrescentou o primeiro-ministro guineense.