Cabo Verde é o país de língua portuguesa melhor classificado
no Índice Ibrahim de Boa Governação Africana 2014. São Tomé e Príncipe,
Moçambique, Angola e Guiné-Bissau desceram no índice que analisa a governação
em 52 países africanos.
Segundo os dados divulgados esta segunda-feira, o
arquipélago, único dos cinco países africanos de língua oficial portuguesa
(PALOP) que subiu na classificação, recuperou o segundo lugar perdido no ano
passado para o Botswana.
Cabo Verde teve uma óptima avaliação em termos de segurança e
funcionamento da lei e justiça, bem como na área da participação cívica e
direitos humanos e no bem-estar, nomeadamente no acesso à segurança social.
Entretanto, recebeu notas menos boas na avaliação às infraestruturas,
administração pública, segurança pessoal e condições oferecidas às empresas
privadas.
São Tomé e Príncipe, que agora ocupa o 12º lugar, desceu uma
posição, apesar de ter subido alguns pontos graças às boas notas em termos de
segurança nacional e pessoal, participação cívica, igualdade entre sexos,
acesso à saúde, educação e segurança social.
Moçambique perdeu dois lugares no Índice Mo Ibrahim de Boa
Governação em África 2014, ocupando agora a 22ª.
O relatório indica, no
entanto, que o país registou avanços no acesso à saúde e igualdade entre sexos,
embora tenha piorado no desenvolvimento da economia e de infraestruturas,
funcionamento da lei e acesso à educação.
Apesar dos sucessivos avanços registados nos relatórios,
Angola perdeu cinco pontos, o que provocou uma queda de cinco posições,
ocupando agora o 44º lugar.
O relatório da Fundação Mo Ibrahim indica que
recuos nas áreas da igualdade entre sexos, participação cívica e direitos
humanos e ambiente económico estão na origem desta descida. O relatório cita,
no entanto, melhorias em termos de segurança nacional, acesso à educação e
saúde e funcionamento administração pública.
Guiné-Bissau é país lusófono pior colocado devido,
principalmente, ao facto da instabilidade político-militar e o recente período
de transição. Bissau perdeu 6,8 pontos e desceu cinco posições na tabela,
ocupando o 48º lugar.
A Costa do Marfim foi o país que mais pontos ganhou este ano.
No topo mantêm-se as Ilhas Maurícias, seguidas por Cabo Verde, Botsuana, África
do Sul e Seicheles.
No fundo da classificação estão Chade, Eritreia, República
Centro Africana e a Somália.
De acordo com o relatório apresentado esta segunda-feira, em
Londres, África registou melhorias importantes. Entretanto, a nota média ainda
está bem abaixo do que desejado. De zero a 100, o continente manteve-se em
51,5.