Em Dezembro de 1963, os elementos da UNGP, após Salazar ter
confirmado e esclarecido a política ultramarina, resolveram, em
assembleia, dissolver o movimento, tendo os seus adeptos ingressado na
FLING e ficando o dirigente da UNGP, Benjamim Pinto Bull, como
secretário de informação daquela Frente.
O movimento vai, assim, agrupar
como dirigentes a maior parte dos chefes dos partidos dissolvidos.
Esta união de chefias, em regra empregados e pequenos
funcionários fugidos da Guiné, considerados por Hélio Felgas como “(...)
destituídos de competência e maturidade política (...)” (1), com
formação muito diferente, com ambições pessoais, desmedidas e
antagónicas e, na maior parte das vezes, imaturas, não conseguiu
transmitir ao agrupamento a coesão indispensável à consecução dos
objectivos pretendidos, originando, no mínimo, duas facções, a designada
FLING ortodoxa e a FLING combatente (2), defendendo a primeira a
evolução pacífica do estatuto da Província e a segunda o recurso à acção
armada.
A FLING parecia condenada, pois restringia cada vez mais a
sua acção, perdia terreno e, inclusivamente, o apoio dos governos
vizinhos. Este partido parece só ter despertado em 1965, face aos
progressos do PAIGC, que estendia já a sua influência política da
República da Guiné ao Senegal, ao mesmo tempo que procurava captar a
simpatia de adeptos de outros movimentos.
Após a segunda conferência da
OUA, realizada no Cairo, começou a incrementar as suas actividades,
nunca concretizadas em acções combatentes, pois de acordo com as
informações disponíveis, nunca foi visto, na Guiné Portuguesa, nenhum
grupo armado da FLING. A sua acção limitou-se à publicação de alguns
comunicados, à organização de reuniões e participação em algumas
conferências internacionais.
Através de um comunicado transmitido pela Rádio Dakar, em 11
de Julho de 1963, a FLING convidou o PAIGC para uma conferência de
unidade, ao mesmo tempo que sugeria a criação de um comando militar
unificado, com Quartel General em Bamako (Mali) ou noutro país africano
(3).
Os esforços de unificação feitos pela OUA, pelos presidentes
Senghor e Sékou Touré e mesmo por outros dirigentes foram falhando, até
que, em Março de 1965, o Conselho de Ministros da OUA reconhece o PAIGC
como o movimento mais apetrechado e melhor estruturado para o
desenvolvimento da luta, canalizando para ele toda a ajuda material.
FONTE: Miguel Garcia