Uma vacina
contra o vírus zika poderá ser usada em casos de emergência antes do final do
ano. Esta é a convicção de um cientista canadiano, que anunciou que um
consórcio de universidades dos Estados Unidos, Canadá e Coreia do Sul vai
começar a testá-la, em setembro.
O cientista
canadiano Gary Kobinger, que faz parte da equipa de investigadores, disse à
agência Reuters que a primeira fase de testes em seres humanos pode começar já
em agosto. Se forem bem sucedidos, podem permitir que a vacina seja utilizada
em casos de emergência de saúde pública, em outubro ou novembro.
"A
primeira coisa é estar preparado para o pior", disse Kobinger, que ajudou
a desenvolver uma vacina experimental que foi bem sucedida na luta contra o
ébola na Guiné.
O vírus
zika, transmitido aos seres humanos por mosquitos infetados, está a propagar-se
praticamente por toda a América Latina e Caraíbas. As grávidas são o maior
grupo de risco, já que a infeção pode provocar microcefalia nos recém-nascidos.
Ensaios
clínicos em humanos
Os Estados
Unidos têm duas potenciais vacinas contra o vírus zika e admitem começar os
ensaios clínicos em humanos, no final deste ano. As autoridades de saúde
afirmam, no entanto, que a vacina só ficará disponível ao público após alguns
anos.
Citado pela
Reuters, o diretor do Instituto Nacional de Alergologia e Doenças Infeciosas,
Anthony Fauci, afirmou que uma das vacinas foi baseada nas investigações do
vírus do Oeste do Nilo.
A primeira é
uma "vacina baseada em DNA, usando uma estratégia muito semelhante à que
foi utilizada com o vírus do Nilo Ocidental. Em segundo lugar, uma vacina viva
atenuada, com base em abordagens semelhantes e altamente imunogénicas
utilizadas para o vírus de dengue", acrescentou.
Produto
final só nos próximos anos.
Contudo,
Fauci alertou que o produto final vai demorar muito mais tempo até ficar
pronto. "Embora essas abordagens sejam promissoras, é importante
compreender que não teremos uma vacina contra o zika amplamente disponível,
segura e eficaz este ano e, provavelmente, nem mesmo nos próximos anos",
disse.