sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

SAÚDE/BOA NOVA: VACINA PARA VÍRUS ZIKA PODE SER USADA EM CASOS DE EMERGÊNCIA JÁ ESTE ANO

Uma vacina contra o vírus zika poderá ser usada em casos de emergência antes do final do ano. Esta é a convicção de um cientista canadiano, que anunciou que um consórcio de universidades dos Estados Unidos, Canadá e Coreia do Sul vai começar a testá-la, em setembro.

O cientista canadiano Gary Kobinger, que faz parte da equipa de investigadores, disse à agência Reuters que a primeira fase de testes em seres humanos pode começar já em agosto. Se forem bem sucedidos, podem permitir que a vacina seja utilizada em casos de emergência de saúde pública, em outubro ou novembro.

"A primeira coisa é estar preparado para o pior", disse Kobinger, que ajudou a desenvolver uma vacina experimental que foi bem sucedida na luta contra o ébola na Guiné.

O vírus zika, transmitido aos seres humanos por mosquitos infetados, está a propagar-se praticamente por toda a América Latina e Caraíbas. As grávidas são o maior grupo de risco, já que a infeção pode provocar microcefalia nos recém-nascidos.
Ensaios clínicos em humanos
Os Estados Unidos têm duas potenciais vacinas contra o vírus zika e admitem começar os ensaios clínicos em humanos, no final deste ano. As autoridades de saúde afirmam, no entanto, que a vacina só ficará disponível ao público após alguns anos.

Citado pela Reuters, o diretor do Instituto Nacional de Alergologia e Doenças Infeciosas, Anthony Fauci, afirmou que uma das vacinas foi baseada nas investigações do vírus do Oeste do Nilo.

A primeira é uma "vacina baseada em DNA, usando uma estratégia muito semelhante à que foi utilizada com o vírus do Nilo Ocidental. Em segundo lugar, uma vacina viva atenuada, com base em abordagens semelhantes e altamente imunogénicas utilizadas para o vírus de dengue", acrescentou.
Produto final só nos próximos anos.

Contudo, Fauci alertou que o produto final vai demorar muito mais tempo até ficar pronto. "Embora essas abordagens sejam promissoras, é importante compreender que não teremos uma vacina contra o zika amplamente disponível, segura e eficaz este ano e, provavelmente, nem mesmo nos próximos anos", disse.