terça-feira, 17 de setembro de 2013

OPINIAO : GOVERNAR É PLANIFICAR E ANTICIPAR

Desde o caso de 17 de outubro 1986, era evidente que havia um mal estar serio nas fileiras das Forças Armadas. E nada foi feito para reconciliar a classe castrense e que esse ambiente ia ter um impacto negativo varios anos depois no funcionamento normal do Estado. Entretanto, outros eventos maiores na vida do jovem Estado em construção vieram complicar a existencia do regime do partido unico : a abertura democratica.

Durante a abertura democratica, nenhum dirigente questionou que forma de democracia queremos ? Como preparar os instrumentos do Estado que devem contribuir para afincar um Estado democratico inclusivo e respeitador dos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana ? Esses instrumentos são : a Constituição da Repùblica, a Lei Eleitoral, uma reforma das Forças Armadas e de Segurança, um modelo economico sustentavel e um modelo societal abrangente da diversidade da sociedade guineense e capacitação dos cidadões.

No caso das Forças de Defesa e de Segurança, hoje não temos 10 alunos nas acadamias militares ou de policia de referencia, no entanto as ameaças no mundo actual e as cubiças aos nossos recursos naturais aumentaram. Hoje o desafio maior não é diminuir a dimensão das Forças de Defesa e Segurança. E imperativo formà-los, adaptà-los as novas ameaças, equipà-los e fazer que sejam um instrumento para construção duma Nação Guineense forte e respeitado pelo mundo.

No sector economico ainda é pior. A nossa economia é controlada pelos estrangeiros. Que seja castanha de caju, madeira, peixe. Os ditos operadores economicos nacionais, nao têem peso nenhum no mercado nacional é só ver os montantes dos seus creditos nos bancos, são insignificantes. Fico preocupado com essa frenezia louca de querer explorar a tudo custo os nossos minerais e petroleo. Que me expliquem como explorar minerais que pedem uma organização e planificação complexa, se nós nem conseguemos vender coretamente os nossos produtos agricolas : mangas, caju, mandioca ou oleo de palma.

Nas areas sociais, era evidante que o nivel de ensino na Guiné não era dos melhores e que o numero de alunos ia sempre crescendo. Esses factos impunham uma reforma do sector educativo, que devia ter como objectivo reforço das capacidades dos professores, aumento do civismo dos futuros cidadões, de forma a acompanhar qualitativamente a evolução politica, economica e social do País. E evidente que se queremos competir com outros Países, a lingua do ensino ja não pode ser so o português, devemos impôr o francês e o inglês como foi feito no Camarões, no Gabão, na Rwanda e como esta previsto em Cabo Verde.

No sector politico, nada foi feito para reforçar a capacitação dos partidos politicos. Resultado ? É os partidos estam a pagar. Abstençao de 45% nas três ultimas eleições, indiciplina partidaria, instabilidade politica crónica.

Governar não é aventura. E planificar e anticipar , definindo objectivos e meios para alcançar os objectivos.

Espero que encontraremos para as proximas eleições um Presidente da Repùblica e um Primeiro Ministro que tenham competencia suficiente para planificar a transformação qualitativo do nosso País, do comportamento dos nossos compatriotas. E unica forma de mudar o rumo da Guiné para sairmos de vez desta instabilidade.