O relatório de Ban Ki-moon, divulgado em janeiro, atende ao pedido do próprio Conselho de analisar o mandato do Escritório da ONU em Bissau, Uniogbis, com base na nova realidade política do país africano de língua portuguesa.
De acordo com o documento, a Guiné-Bissau está comprometida com a reforma política. Um dos exemplos citados foi a eleição, em novembro, pelo Parlamento de um inspetor-geral para a luta contra a corrupção. No mesmo mês, o Ministério da Defesa iniciou um programa de reforma militar voluntária, que está a ser realizado em parceria com as Forças Armadas guineenses.
O secretário-geral da ONU também recomenda o fortalecimento do diálogo político entre várias partes com a promoção da reconciliação nacional. O Uniogbis participa nos debates que são acompanhados pelo Presidente da República e outras autoridades assim como líderes religiosos.
O relatório apresentado ao Conselho de Segurança chama a atenção para a quantidade de tentativas de golpes e alegações, ao todo mais de 10, desde a independência do país, em 1974. Até hoje, nenhum governo foi concluído até o fim por causa de problemas políticos.
Segundo Ban, paz e segurança na Guiné-Bissau estão profundamente ligadas ao desenvolvimento do país africano.
O documento menciona ainda as previsões de crescimento de 2,5% da economia em 2015, feitas pelo Fundo Monetário Internacional após o retorno dos investimento ao país africano.
A exportação de castanha de caju continua a ser a principal fonte de renda do governo. A decisão de reabrir a fronteira com a Guiné Conacri, que havia sido fechada em agosto por causa da ameaça do vírus ébola também deve ajudar a alavancar o comércio regional.
O representante especial do secretário-geral da ONU no país, Miguel Trovoada, participa na reunião do Conselho de Segurança.
Ele também deve pedir o apoio de representantes da comunidade internacional para a conferência de doadores, marcada para o fim de março em Bruxelas, capital da Bélgica.