O XIII Congresso ordinário
realizado na cidade histórica de Cacheu, no ano transacto, foi um congresso
como qualquer congresso ordinario deste grande Partido. Candidataram-se para a
presidência do mesmo muitos membros e cada um apresentou o seu projecto político.
Como e óbvio, tinha que passar apenas um, e o do Camarada Domingos Simões
Pereira, foi o votado pela maioria dos delegados, facto que ditou a sua
Vitoria.
Em qualquer competição, há
sempre um vencedor e um vencido, e na política também essa e uma realidade
indiscutivel. Mas a diferença do PAIGC, em relação a muitas formações
políticas, e de que o militante deste partido sabe que a ordem e a disciplina
foram e continuarão a ser sempre factores de unidade e coesão internas,
independentemente dos posicionamentos de cada militante ou pertença, em termos
de sensibilidades.
Em Cacheu, houve um vencedor, o
Camarada Domingos Simões Pereira, apoiado por uma Aliança, e um vencido que foi
o Camarada Braima Camara, que optou por concorrer contra essa Aliança de muitos
candidatos que desistiram e que, com muita inteligência, conseguiram conjugar
os seus esforços para derrotar aquele que, se fossem separados, seriam
indubitavelmente vencidos. E a política, e na política ganha a melhor
estratégia. A estratégia da Aliança foi bem reflectida e conseguiu levar o
Camarada Domingos Simões Pereira a presidência do PAIGC, passando assim a ser o
Presidente de todos os militantes do PAIGC e não apenas daqueles que o
apoiaram. Assim e que devia ser, mas ...................
Essa vitória conseguida, a
custa da Aliança, não faz do Camarada Domingos Simões Pereira um eterno
vencedor e ele nem assim pensa, por ser um político esclarecido, contrariamente
a postura que muitos querem leva-lo, em vão, a assumir. O ex-candidato Braima Camara,
um jovem empresario de sucesso, não e um perdedor nato e nunca o será, e a sua
derrota em Cacheu foi uma vitória, porque se bateu contra todos, dai o seu
mérito. O termo “perdedor nato” e vazio de conteúdo e de significado, além de
demonstrar um certo cinismo por parte do articulista, porque não encaixa na
imagem do candidato, a quem em Cacheu, devido a estratégia de todos contra um,
foi imposta a derrota.
Reassumamos pelo menos aqueles
valores cardinais que nos caracterizam no nosso relacionamento, como Guineenses
– o respeito pelo próximo. O reconhecimento do mérito e importante, e ha que
reconhecer a coragem, a combatividade, a lucidez e a ambição de fazer, do
Camarada Braima Camara.
O acima exposto se pode também
dizer em relacao ao actual Presidente da Republica que, contra todos os
“complots” orquestrados contra a sua pessoa, no interior e fora do Partido,
para travar a sua candidatura, conseguiu surpreender a tudo e todos, tendo
saído vencedor dessa gigantesca luta pelo poder, com a sua eleição ao mais alto
cargo da Nação.
O candidato a quem foi imposta,
antecipadamente a derrota, nas conferencias de Bafata e Oio, e um jovem com
grande mérito e não um perdedor nato, caso contrario não estaria a frente da
CCIAS durante esses anos todos.
O falecido Malam Bacai Sanha
foi vencido pelo Camarada Carlos Gomes Junior, no Congresso de Gabu, mas isso
não significa que fosse um perdedor nato. O Bacai candidatou-se as eleições
presidenciais, duas vezes e perdeu, e só se tornou Presidente da Republica na sua
terceira tentativa. São exemplos que nos devem servir de reflexão, para
pensarmos a política pela positiva e não através de pensamentos negativos que,
felizmente, não afectam em nada aquele que cinicamente queremos atingir.
Eu quero que o mundo saiba que
os militantes do PAIGC, que hoje em dia estão a frente dos três órgãos de
soberania, a Presidência da Republica, a Assembleia Nacional Popular e o
governo, são pessoas idôneas, responsáveis e comprometidas com o povo da
Guiné-Bissau. Por isso, nunca, mas nunca darao ouvidos a “tchucthicuris”,
porque juraram levar ate ao fim este mandato que o povo deu ao PAIGC e aquele
que foi seu candidato presidencial, Dr. José Mario Vaz.
Mas se e verdade que “kinku
mabo lenha i mabo fugu”, devemos ter sempre presente na nossa mente de que o
primeiro magistrado da Nação e o Presidente da Republica, o Number One. Quando
as coisas derem por torto, e ao Presidente da Republica que será apontado o
dedo e responsabilizado de todos os males deste mundo.
Quando o Domingos Simões
Pereira disse em Tite, aquando das comemorações de 23 de Janeiro, ”bo disanu no
tarbadja”, ele não se referiu a Presidência da Republica e nem a Assembleia
Nacional Popular, mas sim aos “tchithuduris” e os “homens de bancada”, porque
alguns lugares publico transformaram-se hoje em dia em “”bancadas” de gente que
não tem outra motivação que não seja passar todo o tempo a imaginar cenários
catastróficos.
Quem e que esta interessado em
golpes palacianos? Ou será que o Presidente da Republica, pelo facto de não ter
sido o candidato de preferência dos “djintons”, não esta consciente das pesadas
responsabilidades que pesam sobre os seus ombros? Mas também será que, caso se
justificar, o Presidente da Republica hesitara um único segundo em cumprir com
a sua missão de garante da Constituição, para por a ordem, desde que as
circunstâncias o ditem?
Quanto ao governo, sem ser
advogado do diabo, a preocupação do Presidente da Republica e de ver o Primeiro
Ministro mudar o pais, em termos de realizações tangíveis, isto e, cumprir com
o projecto político do PAIGC, sufragado pelo povo Guineense.
Em relacao a descontentes, e
muito normal que haja descontentes, depois de um grande acontecimento como o
Congresso de Cacheu, mas a tarefa de reunir, aconselhar e promover a coesao no
seio do Partido e da exclusiva responsabilidade do Presidente do PAIGC. O
contrario seria e tentar tapar o céu com a mão. Mas muitos não estão
interessados em apoiá-lo para que consiga esta outra proeza, porque querem
continuar a gozar de certos privilégios que, em termos normais, nunca teriam,
facto que e mera ilusão, porque e sol de pouca dura.
Para terminar, lanço um apelo
as pessoas da minha geracao que pensam a Guine, para assumirmos o nosso papel
de “considjaduris di bardadi” e não “considjaduris pa randja curu”. Deixemos o
PR presidir e o PM governar, em permanente concertação com o PR. E essa a via e
não “si ami nca ta seta, ma constituison dau es, i dal kil utur, etc”. Não
esqueçamos de que “kinku ma bo lenha i mabo fugu”. Trabalhemos, como estão a
fazer o PR e o PM, e deixemos de pensar em hipóteses que não pegam. Si Jomav, i
sibi keki na faci pabia i sai di tchon malgos el ku manda ika ta agi cu imuson.
I si Matchu tambi, i sibi keku tchigantal la, i na da conta di recadu, ma bo
bata considjal di kuma filanta mas pan udju. Lantin Ndan, i Lantin Ndan son, i
bom pa bata obil, pelo menos na grandes decisons cu ta toca cu vida di tudu
djinti.
God bless Guinea Bissau!
Nantoi di Canchungo