segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

OPINIÃO: CONGRESSO DE CACHÉU



O XIII Congresso ordinário realizado na cidade histórica de Cacheu, no ano transacto, foi um congresso como qualquer congresso ordinario deste grande Partido. Candidataram-se para a presidência do mesmo muitos membros e cada um apresentou o seu projecto político. Como e óbvio, tinha que passar apenas um, e o do Camarada Domingos Simões Pereira, foi o votado pela maioria dos delegados, facto que ditou a sua Vitoria. 

Em qualquer competição, há sempre um vencedor e um vencido, e na política também essa e uma realidade indiscutivel. Mas a diferença do PAIGC, em relação a muitas formações políticas, e de que o militante deste partido sabe que a ordem e a disciplina foram e continuarão a ser sempre factores de unidade e coesão internas, independentemente dos posicionamentos de cada militante ou pertença, em termos de sensibilidades. 

Em Cacheu, houve um vencedor, o Camarada Domingos Simões Pereira, apoiado por uma Aliança, e um vencido que foi o Camarada Braima Camara, que optou por concorrer contra essa Aliança de muitos candidatos que desistiram e que, com muita inteligência, conseguiram conjugar os seus esforços para derrotar aquele que, se fossem separados, seriam indubitavelmente vencidos. E a política, e na política ganha a melhor estratégia. A estratégia da Aliança foi bem reflectida e conseguiu levar o Camarada Domingos Simões Pereira a presidência do PAIGC, passando assim a ser o Presidente de todos os militantes do PAIGC e não apenas daqueles que o apoiaram. Assim e que devia ser, mas ...................

Essa vitória conseguida, a custa da Aliança, não faz do Camarada Domingos Simões Pereira um eterno vencedor e ele nem assim pensa, por ser um político esclarecido, contrariamente a postura que muitos querem leva-lo, em vão, a assumir. O ex-candidato Braima Camara, um jovem empresario de sucesso, não e um perdedor nato e nunca o será, e a sua derrota em Cacheu foi uma vitória, porque se bateu contra todos, dai o seu mérito. O termo “perdedor nato” e vazio de conteúdo e de significado, além de demonstrar um certo cinismo por parte do articulista, porque não encaixa na imagem do candidato, a quem em Cacheu, devido a estratégia de todos contra um, foi imposta a derrota.

Reassumamos pelo menos aqueles valores cardinais que nos caracterizam no nosso relacionamento, como Guineenses – o respeito pelo próximo. O reconhecimento do mérito e importante, e ha que reconhecer a coragem, a combatividade, a lucidez e a ambição de fazer, do Camarada Braima Camara. 

O acima exposto se pode também dizer em relacao ao actual Presidente da Republica que, contra todos os “complots” orquestrados contra a sua pessoa, no interior e fora do Partido, para travar a sua candidatura, conseguiu surpreender a tudo e todos, tendo saído vencedor dessa gigantesca luta pelo poder, com a sua eleição ao mais alto cargo da Nação. 

O candidato a quem foi imposta, antecipadamente a derrota, nas conferencias de Bafata e Oio, e um jovem com grande mérito e não um perdedor nato, caso contrario não estaria a frente da CCIAS durante esses anos todos.

O falecido Malam Bacai Sanha foi vencido pelo Camarada Carlos Gomes Junior, no Congresso de Gabu, mas isso não significa que fosse um perdedor nato. O Bacai candidatou-se as eleições presidenciais, duas vezes e perdeu, e só se tornou Presidente da Republica na sua terceira tentativa. São exemplos que nos devem servir de reflexão, para pensarmos a política pela positiva e não através de pensamentos negativos que, felizmente, não afectam em nada aquele que cinicamente queremos atingir. 

Eu quero que o mundo saiba que os militantes do PAIGC, que hoje em dia estão a frente dos três órgãos de soberania, a Presidência da Republica, a Assembleia Nacional Popular e o governo, são pessoas idôneas, responsáveis e comprometidas com o povo da Guiné-Bissau. Por isso, nunca, mas nunca darao ouvidos a “tchucthicuris”, porque juraram levar ate ao fim este mandato que o povo deu ao PAIGC e aquele que foi seu candidato presidencial, Dr. José Mario Vaz.

Mas se e verdade que “kinku mabo lenha i mabo fugu”, devemos ter sempre presente na nossa mente de que o primeiro magistrado da Nação e o Presidente da Republica, o Number One. Quando as coisas derem por torto, e ao Presidente da Republica que será apontado o dedo e responsabilizado de todos os males deste mundo. 

Quando o Domingos Simões Pereira disse em Tite, aquando das comemorações de 23 de Janeiro, ”bo disanu no tarbadja”, ele não se referiu a Presidência da Republica e nem a Assembleia Nacional Popular, mas sim aos “tchithuduris” e os “homens de bancada”, porque alguns lugares publico transformaram-se hoje em dia em “”bancadas” de gente que não tem outra motivação que não seja passar todo o tempo a imaginar cenários catastróficos. 

Quem e que esta interessado em golpes palacianos? Ou será que o Presidente da Republica, pelo facto de não ter sido o candidato de preferência dos “djintons”, não esta consciente das pesadas responsabilidades que pesam sobre os seus ombros? Mas também será que, caso se justificar, o Presidente da Republica hesitara um único segundo em cumprir com a sua missão de garante da Constituição, para por a ordem, desde que as circunstâncias o ditem? 

Quanto ao governo, sem ser advogado do diabo, a preocupação do Presidente da Republica e de ver o Primeiro Ministro mudar o pais, em termos de realizações tangíveis, isto e, cumprir com o projecto político do PAIGC, sufragado pelo povo Guineense. 

Em relacao a descontentes, e muito normal que haja descontentes, depois de um grande acontecimento como o Congresso de Cacheu, mas a tarefa de reunir, aconselhar e promover a coesao no seio do Partido e da exclusiva responsabilidade do Presidente do PAIGC. O contrario seria e tentar tapar o céu com a mão. Mas muitos não estão interessados em apoiá-lo para que consiga esta outra proeza, porque querem continuar a gozar de certos privilégios que, em termos normais, nunca teriam, facto que e mera ilusão, porque e sol de pouca dura.

Para terminar, lanço um apelo as pessoas da minha geracao que pensam a Guine, para assumirmos o nosso papel de “considjaduris di bardadi” e não “considjaduris pa randja curu”. Deixemos o PR presidir e o PM governar, em permanente concertação com o PR. E essa a via e não “si ami nca ta seta, ma constituison dau es, i dal kil utur, etc”. Não esqueçamos de que “kinku ma bo lenha i mabo fugu”. Trabalhemos, como estão a fazer o PR e o PM, e deixemos de pensar em hipóteses que não pegam. Si Jomav, i sibi keki na faci pabia i sai di tchon malgos el ku manda ika ta agi cu imuson. I si Matchu tambi, i sibi keku tchigantal la, i na da conta di recadu, ma bo bata considjal di kuma filanta mas pan udju. Lantin Ndan, i Lantin Ndan son, i bom pa bata obil, pelo menos na grandes decisons cu ta toca cu vida di tudu djinti.
God bless Guinea Bissau!

Nantoi di Canchungo