“Vai ser um
teste porque após as últimas eleições”, em 2014, com centenas de observadores
estrangeiros, “este é o maior desafio. Vai testar o nível de organização do
país, a capacidade logística” e também “a segurança”, disse à Lusa Soares
Sambú, deputado que preside à Comissão de Política Externa do parlamento
guineense.
Depois de os
militares terem tomado o poder num golpe de Estado, em 2012, as eleições
repuseram a norma constitucional com autoridades eleitas que permitiram à
Guiné-Bissau reatar relações com toda a comunidade internacional.
O país quer
aproveitar o encontro da UPA, que decorre de quarta a domingo, para mostrar que
“a ordem constitucional e institucional” funciona e contraria a tónica de
instabilidade crónica, acrescentou Sambú.
O país está
habituado a aparecer “na imprensa internacional pela negativa e estamos a fazer
um esforço no sentido de reverter essa situação. Este encontro é importante
para dar uma outra imagem do nosso país”, referiu Higino Cardoso, deputado
coordenador da organização do encontro.
As medidas
de segurança na capital vão ser reforçadas durante os cinco dias de trabalhos
com mais efetivos dispersos pelos locais de alojamento e no hotel onde vão
decorrer os trabalhos.
“Naturalmente,
estamos preocupados com isso, mas as medidas necessárias estão a ser tomadas.
Já tivemos vários encontros com as entidades na área da segurança”, disse
Higino Cardoso.
Ainda assim,
aquele responsável teme que a ameaça terrorista noutros países da África
Ocidental possa “desmobilizar algumas delegações, porque temos a casa do
vizinho a arder”, numa alusão ao ataque terrorista em Bamako, no Mali.
Um ataque de
jihadistas a 20 de novembro contra o Grand Hotel Radisson Blu fez reféns cerca
de 150 pessoas, entre clientes e empregados, e resultou na morte de mais de 20
pessoas.
“Felizmente
aqui não aconteceu nada e acreditamos que não vai acontecer”, afiançou.
Para quarta
e quinta-feira está agendada a 67.ª reunião do Conselho Executivo da UPA que,
entre outros assuntos, vai discutir o plano e orçamento do organismo para 2016.
Na
sexta-feira reúne-se o comité das mulheres parlamentares e no sábado e domingo
juntam-se todos os participantes na 38.ª conferência da União.
A agenda
inclui dois temas painéis centrais: “Promoção da democracia e Estado de Direito
para garantir paz e desenvolvimento nos países africanos” e “Como enfrentar os
efeitos nefastos da alterações climáticas medidas a tomar e papel dos
parlamentos africanos”.
“Os
parlamentos são órgãos por excelência para desenvolver um país”, realça Higino
Cardoso, que considera ser cada vez mais importante “uni-los, criar um espaço
de diálogo e de colaboração”.