quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

ÁFRICA DO SUL: REACENDER DO INSTINTO RACIAL PODE PROVOCAR PERIGO E VIOLÊNCIA ENTRE OS SUL-AFRICANOS

Um agente imobiliário de Durban criou uma grande disputa racial na África do Sul comparando os negros sul-africanos com "macacos" numa mensagem divulgada em Facebook.

"Estes macacos autorizados a frequentar praias públicas na véspera e no dia do Ano Novo não têm realmente nenhuma educação", escreveu Penny Sparrow, na sua página tweet quando se queixava de resíduos nas praias de Durban, e cuja mensagem foi, algumas horas mais tarde, vivamente criticada, tendo o seu autor recebido ao mesmo tempo ameaças de morte.

Pouco depois, um famoso economista sul-africano, Chris Hart, envenenou a situação, defendendo Penny Sparrow, em twitt.

"Mais de 25 anos depois do fim do apartheid, as vítimas continuam a ter o sentimento que tudo lhe é devido e continuam a odiar as minorias", lê-se na sua página twitt.

O Congresso Nacional Africano (ANC, o partido no poder) considerou que estes comentários lembram o estado de espírito durante o apartheid para os indígenas deste país.

"Eles desprezam os Negros como se fossem pessoas que não merecem de usar as praias do seu país de origem. Eles acusam também a maioria do nosso país, essencialmente negra, de ter o sentimento que tudo lhe é devido e do ódio para com a minoria", lê-se num comunicado do ANC transmitido à PANA.

Kenneth Mokgatlhe, porta-voz do Pan African Congress of Azania (oposição), considera, por seu turno, que o racismo é alimentado por desigualdades no seio da sociedade sul-africana.

O partido de oposição oficial, a Aliança Democrática, confirmou o estatuto de membro de Sparrow e exprimiu a sua intenção de a suspender.

Hart, que trabalha igualmente para o Standard Bank foi suspenso enquanto se espera pela abertura dum inquérito a que se junta igualmente a Comissão Sul-africana dos Direitos Humanos fez igualmente investigações sobre este caso.


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