quarta-feira, 1 de julho de 2015

OPINIÃO:CARTA PÚBLICA À PRESIDÊNCIA, ANP E A PRIMATURA DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU



Antes de mais assuntos gostaria de começar agradecendo, de uma forma respeitosa, todos os guineenses e, em especial o Senhor JOSÉ MÁRIO VAZ na qualidade de presidente da república da Guiné-Bissau, o mais alto cargo da magistratura da nação guineense. Os meus respeitosos cumprimentos estendem-se ao Senhor Primeiro Ministro DOMINGOS SIMÕES PEREIRA, chefe de governo guineense; meus cordiais cumprimentos para o Senhor CIPRIANO CASSAMÁ, Presidente de Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau.


No que refere a atual situação política vigente no país, entre a presidência da república e a Primatura, eu, assim como qualquer guineense, sinto-me inquieto e preocupado com o abismo que posteriormente o país poderá passar, portanto, faço as minhas palavras em consonância com a maioria dos guineenses, com esperanças e perspectivas de desenvolvimento e bem estar da nação guineense, depositadas no presidente da república assim como no primeiro ministro, que pautem pelo diálogo interno como forma de ultrapassar a atual crise política. O país neste momento precisa da colaboração total de todos os guineenses com um espírito de patriotismo baseado na ‘’Unidade e Luta’’ como ferramenta principal para uma batalha democrática, obedecendo e respeitando a constituição da República, afinal, Guiné-Bissau é um estado soberano regulado por uma Constituição aprovada pela Assembleia Nacional Popular.


Caros governantes, seria muito valioso se nos voltássemos para nossa história política, onde a população sempre foi vítima de impasses políticos na Guiné. Não é um caso inédito, sabemos que a falta de diálogo político ainda permanece como uma mancha a fazer desaparecer na sociedade guineense. A falta de diálogo resultou no não cumprimentos de metas definidas pelo país nos vários mandatos com as diferentes personalidades políticas. Vale a pena salientar que o nosso país tem uma história construída através do sangue das pessoas que tombaram nas matas como mártires, com expetativas de tornar esta pátria  uma das mais democráticas do mundo, algo que ainda não aconteceu. É normal na política as discordâncias como em qualquer parte do mundo. Caso existam, devemo-nos engajar internamente num diálogo onde o interesse da nação ficará acima de tudo como forma de encontrar a solução, isso poderá ser fundamental para sair da crise, ao invés de termos a destituição do governo.


Ilustres deputados, e representantes legítimos de povo guineense, com obrigações de responder em nome de povo, convido-vos, juntamente com o Senhor CIPRIANO CASSAMÁ, presidente de ANP, como guineenses e, também como meu representante, na qualidade de cidadão nacional, a redobrarem os vossos esforços, mais de que nunca, em fazer cumprir vossas obrigações políticas. O momento é extremamente sério tanto em nível nacional quanto em nível internacional.


Senhores representantes da nação guineense, o nosso país hoje, precisa da coesão nacional, que deverá ser privilegiada tanto nos momentos bons e assim também nos momentos difíceis.


Para finalizar as minhas palavras mais uma vez, peço uma ponderação entre os políticos presente no destino de país uma colaboração democrática para o melhor funcionamento da Guiné-Bissau. Viva a unidade! Viva o progresso! Viva a nação guineense!


Por Calido Mango,
Universidade Federal da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira no Brasil.


São Francisco do Conde, Bahia 01/07/2015