O tumulto que provocou a morte de mais de 700 fiéis nesta quinta-feira (24) perto de Meca é a maior catástrofe em 25 anos
durante o hajj, a grande peregrinação anual dos muçulmanos.
Em julho de 1990, uma correria provocada por um
movimento de pânico em um túnel de Mina, perto de Meca, deixou 1.426 mortos.
AS PRINCIPAIS TRAGÉDIAS REGISTADAS DESDE 1975 NA CIDADE SAGRADA:
1975
Dezembro: um grande incêndio em um acampamento de peregrinos perto de Meca deixa 200 mortos. As chamas começaram depois explosão de uma botijão de gás e se propagaram rapidamente entre as tendas.
Dezembro: um grande incêndio em um acampamento de peregrinos perto de Meca deixa 200 mortos. As chamas começaram depois explosão de uma botijão de gás e se propagaram rapidamente entre as tendas.
1979
20 de novembro: centenas de homens armados contrários ao regime saudita ficam entrincheirados durante duas semanas na Grande Mesquita de Meca, com dezenas de peregrinos como reféns. A operação acontece em 4 de dezembro. Balanço oficial: 153 mortos, 560 feridos.
20 de novembro: centenas de homens armados contrários ao regime saudita ficam entrincheirados durante duas semanas na Grande Mesquita de Meca, com dezenas de peregrinos como reféns. A operação acontece em 4 de dezembro. Balanço oficial: 153 mortos, 560 feridos.
1987
31 de julho: as forças de segurança sauditas reprimem um protesto de peregrinos iranianos (402 mortos, 275 deles iranianos, segundo um balanço oficial saudita).
31 de julho: as forças de segurança sauditas reprimem um protesto de peregrinos iranianos (402 mortos, 275 deles iranianos, segundo um balanço oficial saudita).
1989
10 de julho: dois atentados nas imediações da Grande Mesquita de Meca deixam um morto e 16 feridos. Dezesseis xiitas kuwaitianos acusados pelos ataques foram executados em 21 de setembro.
1990
2 de julho: um movimento de pânico gigantesco dentro de um túnel de Mina, aparentemente consequência de uma falha no sistema de ventilação, provoca a morte por asfixia de 1.426 peregrinos, em sua maioria asiáticos.
2 de julho: um movimento de pânico gigantesco dentro de um túnel de Mina, aparentemente consequência de uma falha no sistema de ventilação, provoca a morte por asfixia de 1.426 peregrinos, em sua maioria asiáticos.
1994
24 de maio: 270 mortos em um tumulto durante o ritual de apedrejamento de satã em Mina, consequência de um fluxo recorde de peregrinos, segundo as autoridades.
24 de maio: 270 mortos em um tumulto durante o ritual de apedrejamento de satã em Mina, consequência de um fluxo recorde de peregrinos, segundo as autoridades.
1997
15 de abril: um incêndio provocado por um pequeno forno a gás arrasa vários acampamentos de peregrinos no vale de Mina, deixando 343 mortos e mais de 1.500 feridos.
15 de abril: um incêndio provocado por um pequeno forno a gás arrasa vários acampamentos de peregrinos no vale de Mina, deixando 343 mortos e mais de 1.500 feridos.
1998
9 de abril: 118 peregrinos mortos e mais de 180 feridos em Mina durante o apedrejamento das pilastras.
9 de abril: 118 peregrinos mortos e mais de 180 feridos em Mina durante o apedrejamento das pilastras.
2004
1 de fevereiro: 251 vítimas fatais em uma correria em Mina, durante o primeiro dia do ritual do apedrejamento.
1 de fevereiro: 251 vítimas fatais em uma correria em Mina, durante o primeiro dia do ritual do apedrejamento.
2006
12 de janeiro: 364 peregrinos mortos em um tumulto durante o ritual de apedrejamento das pilastras que representam satã em Mina.
12 de janeiro: 364 peregrinos mortos em um tumulto durante o ritual de apedrejamento das pilastras que representam satã em Mina.
2015
24 de setembro: ao menos 717 morrem e 805 ficam feridos em um tumulto durante o ritual de apedrejamento de pilastras em Mina.
24 de setembro: ao menos 717 morrem e 805 ficam feridos em um tumulto durante o ritual de apedrejamento de pilastras em Mina.
AS AUTORIDADES SAUDITAS CULPARAM OS PEREGRINOS PELA
TRAGÉDIA DESTE ANO:
Os fiéis muçulmanos retomaram as celebrações em Meca, após
a trágica debandada que provocou mais de 700 mortos e 860 feridos.
O ministro saudita da Saúde declarou que o acidente terá
sido originado pela falta de cumprimento das regras por parte dos peregrinos.
Mas a organização das autoridades sauditas está a ser duramente posta em causa,
sobretudo pelo Irão, que perdeu mais de 130 cidadãos no esmagamento.
O Rei
Salman prometeu uma revisão profunda dos trajectos durante o “hajj”, a
peregrinação à cidade santa do Islão, que todos os anos reúne cerca de dois
milhões de fiéis. Trata-se de uma das maiores concentrações de pessoas no
mundo.
O
acidente, o mais grave em 25 anos, aconteceu em Mina, a cinco quilómetros de
Meca, perto de Jamarat, o local onde se procede ao ritual do apedrejamento de
pilares que simbolizam Satanás. Ao que tudo indica, dois grupos de peregrinos
desaguaram num cruzamento onde já se encontrava uma multidão compacta.
Há
duas semanas, mais concretamente no dia 11 de Setembro corrente, a queda de uma
grua no recinto da Grande Mesquita provocou 110 vítimas mortais.
FONTE: Euronews