Aconteceu
com o Luis Cabral, Nino Vieira, Malam Bacai Sanhá, Kumba Yalá,
Henrique Rosa, Raimundo Pereira e agora Serifo Nhamadjo.
A
forte ligação entre o partido político e a sociedade castrense
(militares), impediu aos vários presidentes da República de jogar
plenamente o seu papel de árbitro numa vida política guineense
sumamente complicada onde interesses político, económico, judicial
e militar se sobrepõem sempre em detrimento dos interresses
superiores da Nação.
A
Guiné-Bissau somente poderá sair
desta situação quando tiver um Presidente da República eleito e
que não esteja dependente de um partido político e nem dos
interesses económicos da “praça“1
de Bissau. Isto porque, reparem bem, muito conselheiros dos Ministros
e por vezes os próprios Ministros, são sócios ou proprietários de
empresas que fazem negócios com o Estado através de fornicemento de
diferentes produtos e/ou serviços essenciais para o funcionamento da
administração tais como combustível, arroz e fardas para as
forças armadas, equipamentos informáticos, construção de obras
públicas (escolas, hospitais, estradas) financiadas pelo doadores
internacionais.
Esta
situação de promiscuidade cria e alimenta a corupção e uma dada
conduta do Estado via interesses de grupinhos que lutam pelo controlo
das principais direções financeiras de instituições Estatais ou
para –estatais que permitem o ilegal enriquecimento das pessoas e o
financiamento dos partidos políticos.
Assim
sendo muitos homens e partidos políticos tornaram-se cúmplices,
atores e alimentam o circuito da corrupção e do cortejo,
paralizando a justiça, quebrando o contrato social e projectando a
imagem de que o grupo é a única alternativa, consequentemente, não
existe esperança para uma era nova para a Guiné.
Maimuna Camará