A Guiné-Bissau é o país lusófono com a maior taxa de trabalho infantil: quase 40% das crianças guineenses trabalham, revela um estudo da UNICEF relativo a 2012, que coloca Timor-Leste e Angola a seguir neste dado.
O relatório sobre A Situação Mundial da Infância em Números 2014, hoje
divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), revela
que na Guiné-Bissau, 38% das crianças entre os 05 e os 14 anos trabalham
e sete por cento estão casadas antes dos 15 anos. Segue-se Timor-Leste,
onde 28% dos menores realizam trabalhos e, a seguir, Angola, com uma
taxa de 24%.
Quanto ao casamento infantil, Moçambique lidera a tabela dos países onde
se fala português, com 14% das crianças a casarem-se antes dos 15 anos.
Quase um quarto dos menores moçambicanos (22%) trabalha.
No Brasil, nove por cento das crianças trabalham e 11% casam-se muito
jovens. Em São Tomé e Príncipe, as taxas baixam para 8% e 5%,
respetivamente. Em Cabo Verde e Portugal, o trabalho infantil ainda
prevalece para três por cento da população infantil.
No estudo, que reporta a dados de 2012, ressalta ainda que Moçambique é o
país de língua portuguesa com mais baixa esperança de vida (50 anos),
pouco distante de Angola (51) e da Guiné-Bissau (54). Em São Tomé, as
pessoas vivem em média até aos 66 e em Timor-Leste chegam aos 67.
Com mais idade, os brasileiros têm uma esperança de vida de 74 anos,
enquanto os cabo-verdianos podem viver até aos 75 anos. Portugal
distancia-se, com uma esperança de vida de 80 anos.
Quanto à mortalidade de crianças com menos de cinco anos, Angola é o
segundo país do mundo, com 164 casos em cada 1000, apenas suplantado
pela Serra Leoa. Seguem-se a Guiné-Bissau (6.º lugar), Moçambique
(22.º), Timor (48.º), São Tomé (50.º), Cabo Verde (88.º) e Brasil
(120.º). Quase no final da tabela surge Portugal, em 170.º do ranking
mundial.
Na taxa de mortalidade, Portugal situa-se no fundo da tabela, com 1,3
crianças por mulher. No Brasil, este valor é de 1,8, enquanto em Cabo
Verde, a taxa é de 2,3. Na Guiné-Bissau, cada mulher poderá dar à luz,
em média, 2,6 crianças, enquanto em São Tomé, este número sobre para
4,1. Em Moçambique chega aos 5,3 filhos por mulher e Angola e
Timor-Leste registam seis crianças.
Quanto à literacia da população adulta, Moçambique apresenta a taxa mais
baixa: apenas metade dos moçambicanos com mais de 15 anos (51%) sabe
ler e escrever. Na Guiné-Bissau, esta taxa é de 55% e em Timor é de 58%.
Em Angola e São Tomé e Príncipe, 70% dos adultos sabem ler e escrever. A
taxa de literacia em países como Cabo Verde é de 85%, no Brasil alcança
os 90% e em Portugal regista 96%.