LUANDA, Angola, September 2, 2015/ -- O
continente africano perde todos os anos mais de 50 mil milhões de
dólares, como resultado de fluxos financeiros ilícitos, afirmou o antigo
presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, na Reunião do Grupo de
Governadores Africanos do Banco Mundial e do Fundo Monetário
Internacional, denominada African Caucus.
“A
África enfrenta o grande desafio das saídas ilícitas do capital do
continente e em grandes volumes, dinheiro que o nosso continente precisa
para fazer face aos desafios do desenvolvimento e, nós, enquanto
africanos, temos a obrigação absoluta de agir sobre este assunto, para
garantir que, agindo em conjunto, o resto do mundo que serve como
destino dessas saídas ilícitas, ajude a parar com essa sangria de
recursos que pertencem ao continente e que o tanto precisa”, referiu
Thabo Mbeki.
Mbeki
é hoje responsável pelo Painel de Alto Nível sobre Fluxos Financeiros
Ilícitos de África, criado pela Comissão Económica das Nações Unidas
para África e pela Unidade Africana, que realizou um trabalho exemplar e
analisou a magnitude do problema no continente, e que produziu um
relatório, actualmente conhecido por “Relatório Mbeki”.
O
antigo presidente da África do Sul, sustenta que é possível pôr fim a
essas questões com o correcto acompanhamento das transacções das grandes
empresas comerciais. Além disso, aponta que para se combater esse
fenómeno são necessárias intervenções de instituições como autoridades
tributárias, alfândegas, bancos centrais, unidades de informação
financeira e de luta contra o branqueamento de capitais, autoridades de
auditoria, assim como as autoridades anticorrupção como a polícia.
Fica
claro para Thabo Mbeki que além disso é necessária uma legislação
apropriada para atribuir os mandados necessários a essas instituições
para que as mesmas possam cooperar na luta contra a saída ilícita de
capitais e que os países possam também cooperar ao nível regional já que
algumas dessas saídas deslocam-se através das fronteiras comuns.
“Os
nossos governos perdem grandes receitas devidas ao estado por saídas
ilícitas de capitais significativos que precisamos para fazer face ao
desenvolvimento”, apontou.
Thabo
Mbeki afirma que é imperativo construir a arquitectura global
necessária para uma ofensiva concentrada para se pôr fim a essas saídas
ilícitas, no quadro dos processos das Nações Unidas, para evitar a
abordagem fragmentada do problema, e para que seja possível a supervisão
por uma instituição relevante das Nações Unidas.
Distribuído pela APO (African Press Organization) em nome da Ministérios das Finanças de Angola.
SOURCE
Ministry of Finance of Angola