sexta-feira, 18 de setembro de 2015

OPINIÃO: CRISE NA GUINÉ-BISSAU


Fala-se na crise, ou em crises cíclicas… sim é verdade e comprovadas.
Todas elas, afectaram todo o Povo na tomada de decisões politicas quer na 
ANP (leis), quer nas decisões dos gabinetes ministeriais e outros, quer a nível 
económico e social.

Esta, a ultima crise de Agosto de 2015, poderei chamar de crise ditatorial; crise 
de ciúmes; ou crise de incompetências.

Todos estes nomes de crise, se adapta e encaixa na crise actual.

Onde está o mal desta crise?
Como começou esta crise?
Qual o motivo desta crise?
Quem é ou quem são ou seriam os beneficiados com esta crise?

…. Na minha parca opinião, são Todos os protagonistas, mais outros Estados, 
mais outras Organizações, menos o Povo, sempre desgraçado na sua ignorância 
e inocência.
Ora vejamos, aquilo que é do conhecimento público:

No passado, desde militares, políticos, empresários e organizações estranhas ao
sistema publico, subverteram o “direito” e direitos do povo criando acções e mecanismos 
para anular a Lei e Justiça na Guiné-Bissau… em seu benefício.

… No passado recente, no Congresso do Paigc em Cacheu, em que cada um dos 
intervenientes directos nesta crise (mais á frente referenciados), tiveram, fizeram e 
refizeram alianças e contra-alianças de modo a que posteriormente o PAIGC, viesse 
a ter hegemonicamente o domínio sobre os três (3) poderes instituídos na Guiné-Bissau. 
Presidência, ANP e Governo.

Á primeira vista para o partido foi o mais compensador.
Presumia-se que desta forma fosse possível mais fácil governar… e levar o País rumo 
ao desenvolvimento muito falado e apregoado.
Então o que correu mal?
Sinteticamente, do meu ponto de vista, eis as causas e motivos desta crise:

1º - Mal no Paigc,
“Guerras” dentro do Bureau politico e do Comité Central, onde se desencadearam 
“lutas” pelo poder com “jogos mesquinhos e maquiavélicos”, invejas e “cascas” de 
bananas estendidas como tapete… para ocupação ou manutenção dos lugares de topo.

2º - Mal da parte do governo,
Que chegada a “hora” o ex. PM eleito, não soube, não quis ou não pode, demitir os 
membros do seu governo quando publicamente começou a ser do domínio publico as 
questões judiciais contra eles invocadas.

Que “chegada” essa “hora” não tivesse solicitado á ANP, o levantamento da imunidade
 sobre os ditos políticos.
Que dentro do governo a mesquinhez, a inveja e as jogadas maquiavélicas foram mais 
que evidentes, só e só, para que o erário publico fosse cada vez mais diminuído…
Nota: Conheci o exPM, DSP e daquilo que sei, é que é um apologista das regras, do 
bom funcionamento das coisas, educado recto e intrego. Qual a razão de não conseguir 
impor essas características que tem na sua personalidade?
Qual a verdadeira razão de não dar um “murro” na mesa”… mais cedo ou mais tarde se 
saberá a razão.
3º - Mal da Presidência,
Mal, em demitir o governo eleito, no “prossuposto” democrático e “legal” (e que se veio 
a verificar a inexistência de tal prossuposto).
(Na verdade a principal razão para mim da demissão do governo, prendeu-se só pelo facto 
do mau nome que o País estava a ter interno e externamente, pela continuidade de membros 
do governo com pendentes judiciais...)
Mal, que os conselheiros presidenciais influenciaram a maioria das decisões do Presidente, 
sim, sem duvida levando-o à rota de colisão.
Mal, é público, que a maioria dos conselheiros e funcionários estarem no centro da crise, 
através dos jogos maquiavélicos, ciúmes e inveja.
Nota: Conheci e conheço a pessoa do nosso Presidente, e sei dizer que é recto, justo, 
complacente (perante diversas situações) e gosta também de seguir regras e procedimentos, 
inclusive na CMB… mas não teve tempo de colocar esta instituição no caminho do Bom 
Funcionamento como era seu desejo expresso.
Por conseguinte, acho que caiu nos erros de aconselhamento, mas que será fácil reverter a 
situação e encontrar o rumo certo com os outros poderes Constituintes para o futuro inadiável 
que a Guiné-Bissau tanto precisa, o desenvolvimento sustentável.
4º - Mal da ANP,
Os “jogos dos deputados”
Mal, todos os factores atrás descritos de mesquinhes, invejas, e maquiavelismo, também estão 
dentro da ANP.
Mal, pela ANP, não ter levantado a imunidade parlamentar a todos os membros governamentais 
referidos publicamente como corruptos e ladrões. (A justiça livrá-los-ia ou condená-los-ia 
conforme provas levadas á barra do tribunal)
Nota: Mostrem-me a “obra” ou a Lei aprovada e proposta por qualquer Deputado que seja 
em benefício da Região pelo qual foi eleito!... Mostrem-me! Se existir tirarei o “chapéu” a esse Deputado.
Soluções Para acabar com as crises…futuras.
1º - Presidência,
- Indigitar o Paigc de formar novamente governo.
- Solicitar ao novo governo (questão de entendimento e boa vontade) para que solicite á ANP o levantamento da imunidade parlamentar a todos os nomes membros dos antigos governos (transição e do DSP) com questões judiciais. (principal motivo da destituição do anterior governo eleito).
- Ter estreita colaboração e reciproca informação sobre os dossiers governativos (sem ingerência)
- Refrear os “ânimos” dos Conselheiros e verificar sempre donde vem as “informações” e a quem elas beneficiarão a médio ou longo prazo.
2º - NOVO GOVERNO,
- Não escolher e propor nome de antigos membros ministeriais, tanto do governo de transição como do governo de DSP rotuláveis com a justiça.
- Não integrar membros governamentais de outros partidos. Os outros partidos foram eleitos para fazer oposição e de certa maneira “fiscalizar” os actos do governo.
- O novo PM, solicitar á ANP, o levantamento de imunidade dos Deputados, quer sejam antigos governantes, quer estejam em instituições internas ou externas nomeados pelos governos.
(só desta forma é que o governo será Credível aos olhos do Povo e aos olhos internacionais)
- Estar permanentemente em contacto com o Presidente da Republica.
- Não ceder às “vontades” da Presidência, desde que não estejam dentro do quadro legal.
- O novo governo desenvolver mecanismos internos anticorrupção.
3º - ANP,
- Levantar a imunidade parlamentar, o mais rápido e simples possível dos Deputados que estejam no governo, Presidência ou outras instituições quer nacionais ou no estrangeiro, logo que o Ministério Publico assim o solicite, ou que o próprio Parlamento verifique minimamente a quebra ou “desvio” do JURAMENTO enquanto Deputado.
- Propor e aprovar Leis Gerais que não beneficie os mais ricos (caso de leis jurídicas).
- Propor e aprovar Leis anticorrupção que no futuro abranja tudo e todos e de todas as formas corruptíveis.
- Propor e aprovar a rectificação da Constituinte (Carta Magna da Republica da Guiné-Bissau)
- …Propor como Lei, que a própria Constituição seja dada como aula obrigatória a partir da 5ª Classe
4º - Ministério Publico,
Simplesmente fazer seu dever e trabalho autonomicamente e sem pressões, com isenção e rigor.
5º - Policia Judiciária,
Simplesmente fazer seu dever e trabalho autonomicamente e sem pressões, com isenção e rigor.
6º - Tribunais,
Simplesmente fazer seu dever e trabalho autonomicamente e sem pressões, com isenção e rigor.
Esta é a minha visão simples do assunto: Crise na Guiné-Bissau.
Um simples cidadão guineense, nascido em Mansoa.

António Manuel de Oliveira Beiramar