Lusa 21 Abr, 2016,
17:39 | Mundo
A Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai ter a partir desta sexta-feira uma
missão de observação das eleições presidenciais na Guiné Equatorial, disse hoje
à Lusa o secretário executivo da organização.
A missão,
composta por cinco elementos, será chefiada pelo embaixador de Timor-Leste
junto da CPLP, Antonito de Araújo. A equipa segue na sexta-feira para a Guiné
Equatorial, onde deverá permanecer até meados da próxima semana, adiantou à
Lusa Murade Murargy.
As eleições
presidenciais na Guiné Equatorial - que aderiu à CPLP em 2014 - decorrem no
próximo domingo e contam com sete candidatos, entre os quais o Presidente
cessante, Teodoro Obiang Nguema, no poder desde 1979.
Os
candidatos que defrontarão Obiang são Bonaventura Monsuy Asumu, do Partido da
Coligação Social Democrata (PCSD), Carmelo Mba Bakale, da Ação Popular da Guiné
Equatorial (APGE), Avelino Mocache Mehenga, da União do Centro Direita (UCD), e
três candidatos independentes, cujos partidos ainda não foram legalizados,
Agustin Masoko Abegue, Benedicto Obiang Mangue e Tomas Mba Monabang.
Recentemente,
o Governo português, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto
Santos Silva, pediu às autoridades da Guiné Equatorial "passos claros e
evidentes do ponto de vista da democratização política e, nesse plano, a forma
como irá decorrer a campanha, a eleição e o apuramento de resultados na eleição
presidencial é determinante".
A Frente da
Oposição Democrática (FOD), coligação que reúne os principais partidos da
oposição na Guiné Equatorial, apelou a 23 de março ao boicote das
presidenciais, considerando estarem reunidas todas as condições para
"fraudes".
O líder do
partido da oposição na Guiné Equatorial Cidadãos pela Inovação, cuja
candidatura foi rejeitada, disse à Lusa que a decisão foi "política e não
jurídica".
As eleições
presidenciais estavam previstas para novembro, tendo sido antecipadas para 24 de
abril por decreto presidencial e sem explicação oficial, o que foi contestado
por opositores.
Decano em
termos de longevidade no poder dos chefes de Estado africanos, Obiang Nguema,
73 anos, venceu as presidenciais de 2009 com 95,3% dos votos.
O seu regime
é regularmente criticado por organizações de defesa dos direitos humanos pela
repressão dos opositores, da sociedade civil e dos meios de comunicação social,
assim como pela extensão da corrupção.