segunda-feira, 3 de novembro de 2014

INFORMAÇÕES CONTROVÉRSIAS VINDAS DE BURKINA FASO SOBRE A NOVA LIDERANÇA DO PAÍS:



Panapress:

Um general reformado, Kouamé Lougué, apareceu, domingo às13 horas 30 minutos na Rádio Televisão Burkinabe (RTB) para se autoproclamar chefe de Estado da transição no Burkina Faso, constatou a PANA no local.

O general Lougué disse que motivado pelos manifestantes que escandiam o seu nome a 30 de outubro, quando destruíram o Parlamento burkinabe em protesto contra um projeto de lei favorável a um novo mandato presidencial para Blaise Compaoré, que decidiu responder ao apelo do povo, custasse o que custar, mesmo ao preço da sua vida.

Empurrado por uma multidão de manifestantes até aos estúdios da RTB, o general revelou que, agora, pode fazer a sua declaração por se sentir seguro.

Indicou ter sido objeto de uma tentativa de assassinato a 30 de outubro quando se recusava a autoproclamar-se chefe de Estado.

Depois da declaração deste general reformado, uma opositora burkinabe, Sarah Sérémé, encorajada por seus militantes, tentou fazer declarações na RTB mas viu-se impedida por tiros dissuasivos dados pelas forças da ordem e por militares desdobrados no local para o protegerem.

Esta confusão persiste enquanto a comunidade internacional, os partidos políticos burkinabes, a sociedade civil, sobas e responsáveis religiosos iam reunir-se à tarde de domingo  para designar um chefe da transição, indicam observadores.

O chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, o general Honoré Nabéré Traoré, foi o primeiro a  autoproclamar-se chefe de Estado, sexta-feira última, algumas horas depois de o então Presidente da República, Blaise Compaoré, ter anunciado a sua demissão.

Na madrugada de sábado último, o número dois da Guarda Presidencial, o tenente-coronel Yacouba Isaac Zida, também se declarou Presidente da República, tendo sido confirmado por unanimidade pelo Exército Nacional, no mesmo sábado, para dirigir a transição por um período de 90 dias.

Blaise Compaoré viu-se obrigado a demitir-se das suas funções sexta-feira última por manifestantes furiosos que destruíram, no mesmo dia, o Parlamento em protesto contra uma proposta de lei que, se fosse aprovada, permitir-lhe-ia eternizar-se no poder que exercia há 27 anos.

Ele e seus membros de família refugiaram-se na Côte d'Ivoire, indica-se.


Euronews:

O exército do Burkina Faso decretou o recolher obrigatório na capital, depois de um dia marcado por várias manifestações da oposição contra a decisão dos militares de assumirem o poder, após a demissão do presidente Compaoré, na sexta-feira.

Durante o dia de domingo, os soldados tinham dispersado, com tiros para o ar, o protesto da oposição oficial, assim como uma tentativa isolada de uma opositora, Saran Sereme, de se autoproclamar presidente, frente às câmaras da televisão pública.

Pelo menos um manifestante terá morrido durante o tiroteio nas imediações dos estúdios do canal público.
O novo presidente interino do país, o tenente coronel Isaac Zida, dirigiu-se esta noite às forças políticas do país, por comunicado, para afirmar que está aberto ao diálogo para assegurar a transição até às próximas eleições, dentro de 90 dias.

Zida afirmou, no entanto, que qualquer “tentativa de desestabilização será severamente reprimida”.
Horas antes, o exército dispersava os milhares de manifestantes convocados pela oposição, no centro da capital, que protestavam contra o que consideram ser “a confiscação do poder pelos militares”.

Num comunicado, a União Europeia, sublinhou, esta noite, a necessidade de uma transição democrática, liderada por civis.