Entre
as varias saídas do atual, Presidente da ANP, Cipriano Cassama,
aqueles que vão ficar marcada na mente dos guineenses são
: a proposta da modificação
constituicional, assim como a proposta do aumento dos ordonados dos
deputados para 1.800 mil francos CFA.
Se a primeira
iniciativa aparece como uma necessidade no exercicio da democracia, a
segunda é meramente politica, com sabores de populismo, que està a
pôr em causa a credibilidade da ação
do Governo na conduta das politicas pùblicas.
No momento em que o
Governo està empenhado nos preparativos duma mesa redonda para
angariar fundos para financiar o Programa Nacional do
Desenvolvimento, o Parlamento abre uma polémica contra o Executivo,
pedindo a demissão do
Ministro das Finanças e envia criticas aos membros do Governo.
Essa atitude do
Presidente do Parlamento, demostra claramente que as feridas do
Congresso do Cacheu que deu vitoria a Domingos Simoes Pereira para
chefiar o PAIGC, não
estão saradas, fazendo
resurgir vultos da instabilidade governativa e denota claramente que
agenda dos dirigentes do partido maioritario na Assembleia, divergem.
Cipriano Cassama deu
um golpe profundo na coesão
do partido assim como no do elenco governativo. Ao propor uma
revisão constitucional,
durante a abertura do ano legislativo, na presencia do José Mario
Vaz, Presidente da Repùblica, o Presidente da ANP, não
somente enfraquceu a autoridade do Primeiro Magistrado, mas acabou
por traçar as novas linhas de demarcação
no PAIGC.
O partido està a
ser devidido entre, os « Jomavistas », os
« Dominguistas » e agora os « ciprianistas ».
A ANP sem juizo?
E inconcebivel, que
numa altura onde os guineenses precisam de coesão,
a divisão emerge da
propria maioria, que é suposta sustentar o Governo.
O aumento dos
salários dos deputados pedido pelo Cipriano Cassama, não
faz sentido nenhum. Aliás se houver uma revisão
constitucional, um dos primeiros orgões
de soberania que deve ser reformado, é o Parlamento que tornou uma
caixa de resonancia pletorica, com fraca capacidade de proposta sobre
temas maiores que interesse os Guineenses : a reforma do Estado
(Administração e Forças
armadas), o aumento do poder de compra dos guineenses e o saneamento
macro economico, a criação
do emprego para jovens e o saneamento pùblico.
E bom salientar que
75% das rubricas do Orçamento do Estado requer apoio da ajuda
externa. Os parceiros de desenvolvimento não
vão enriquecer
Governantes estrangeiros. E bom salientar que os fundos da ajuda
externa são impostos dos
cidadãos dos Países
amigos da Guiné. Não faz
sentido nenhum, um canadiano, um francês, um espanhol, um chinês
pagar para enrequecer Deputados que nem conseguem fornecer agua
canalizada a sua populaçao.
Quadro
comparativo dos salarios dos Parlamentares nacionais sustentado pelas
capacidades produtivas dos seus Estados
Pais
|
População
(milhões)
|
Numeros
dos
Deputados
|
Produto
Interno
Bruto
(milhões
de dollares)
|
Salàrios
dos
Deputados
|
Guiné-Bissau
|
1,7
|
102
|
980
|
1.800.000
FCFA
seja
*2.744 Euros
|
Togo
|
7
|
91
|
4
mil
|
1.200
Euros
|
Angola
|
25
|
130
|
122
mil
|
10.000
Euros
|
Belgica
|
11,5
|
150
|
508
mil
|
5.700
Euros
|
* A proposta
financeria feita Cipriano Cassama.
O quadro em cima
demonstra incoêrencia total da proposta do Presidente da ANP. Jà
chegou o tempo em que os politicos devem comprender que têem apena
uma delegação do poder
que o Povo lhes entregou para organizar a vida do Estado.
« No ma
coitadi, ma no ma misti vivi sabi. I ka pudi sedo, i ka dibi di sedo e
dipus i ka sedo mas ». Quem quiser boa vida que arranje o seu
negocio.
Ser Deputado,
Ministro, Governador de Região,
ou exercer qualquer que seja cargo pùblico, não
é sinonimo de prevaricação
ou de aproveitar do cargo para enrequecimento ao detrimento do Povo.
Zé Manel canta
badja « Si ladron tem na Terra, na qualquer Naçom, evoluçom
ka na ianda bem ».
Democracia sim!
Kleptocracia, não!
Pedro Té.