Esta eleição é mais que umas simples eleições dos
quais estamos habituados, está em jogo a nossa existência, a nossa viabilidade
e a nossa independência que tanto nos custou à admirável grandeza no concerto
das nações e que hoje concentra toda a desgraça que não nos dignifica como um
povo. Por isso, nesse processo eleitoral, exige-se uma reflexão profunda da
nossa classe política, dos decisores institucionais da republica ao cidadão através
do seu voto na urna.
Ha motivos mais que suficientes para delegarmos
mandato de gestão do país a outrem, mais este não seria a mais-valia desejável,
por que os efeitos colaterais que estas ações produziriam na nossa sociedade, terão
um condicionamento difícil a apagar para afirmação do homem ou mulher guineense
no concerto das nações, que ainda almejamos nestes longos quarenta anos da
nossa existência. Meu apelo aqui vai ao encontro dos partidos políticos e instituições
judiciais do país em particular os juízes e Supremo Tribunal de Justiça nas
analises das candidaturas, sejam elas para Presidência da Republica ou para Deputado
da Nação.
No que respeita aos partidos e coligações políticas
para interpelarem com argumentos e provas convincentes junto ao Supremo
Tribunal de Justiça as candidaturas que possam ou constituem um foco de tensão para
Unidade Nacional que tanto necessitamos para reconciliar os guineenses, através
da verdade sobre o nosso passado, presente e construir um futuro melhor com
dignidade. Lembrando a necessidade de renunciarem o nosso eu, isto é, procurar
reunir consensos em torno de único candidato, em todos presidenciáveis sem exceção,
sejam eles independentes ou com apoio partidário. Não podemos continuar a dar o
luxo de ter candidatos a Presidência da Republica ou a Chefe do Governo sem mínimo
conhecimento da administração publica (dossiês centrais, segredos do país e maitrise
nas respectivas interpretações). O estatuto acadêmico ou sua excelência não dá
direito para postular a PR e PM, estes devem ser resultados de dezenas e longos
anos experiência ao serviço do país. Depois
querem mais de 10% nas assinaturas de contratos bilaterais na exploração dos
nossos recursos!
Quanto aos juízes do Supremo Tribunal de
Justiça, exige-se um sentido de responsabilidade, imparcialidade e coragem nas decisões
sobre aqueles que confiaremos o destino das nossas vidas, ou melhor, para
administrar as nossas heranças ou contas bancarias (nosso país GB) por longos
anos. Exemplos é que não faltam para elucidar as autorizações desastrosas concedidas
nas legislaturas anteriores que conduziram e continuarão produzir muitas perdas
humanas, enquanto existiam motivos mais que suficientes para recusarem algumas
candidaturas e evitar os ciclos permanentes de golpes de estados e assassinatos
seletivos. Dê-nos a possibilidade de acreditar na idoneidade dos juízes uma vez
(porque nas instituições da Republica da Guiné-Bissau todos são compráveis placas
no peito “Quem paga mais ganha o meu voto ou se faz parte do meu grupo social é
quem ganha).
Ousemos ser feliz e livre!
Viva a Guiné-Bissau!
Honorio Gomes
Email: honoriogomes78@yahoo.fr