Pelo menos quatro pessoas morreram esta
quinta-feira, 16 de Abril, durante confrontos numa manifestação contra a xenofobia
em Durban, na província de KwaZulu-Natal, na África do Sul.
Os protestos decorreram depois de casas e lojas
de imigrantes, sobretudo negros, terem sido assaltadas e destruídas, no centro
de Durban. Nesta zona, mais de cinco mil pessoas tiveram que abandonar as suas
casas para que pudessem encontrar refúgio em espaços públicos, igrejas e
mesquitas.
Esta saída começou depois de Goodwill Zweletini,
rei dos Zulu, a tribo e grupo étnico mais representado na África do Sul, ter
dito "façam as malas e voltem para onde vieram". "Fugimos do
nosso país por causa da guerra, e agora a guerra está a perseguir-nos",
comentou um imigrante, natural do Congo.
As pessoas que estão a ser vítimas da violência
são maioritariamente naturais do Zimbabwe, Somália, Congo, Nigéria ou Tanzânia.
"Porque estão os Zulus a matar-nos? Somos negros como eles, temos a mesma
cor de pele. Somos todos africanos", comentou um dos manifestantes.
Ontem cerca de dez mil pessoas marcharam pelas ruas
de Durban até chegarem ao edifício da câmara municipal. No entanto, as
autoridades acabaram por aumentar as ondas de confrontos entre os
manifestantes, ao dispersar a multidão com gás lacrimogéneo.
Outros
ataques também atacaram o centro de Joanesburgo, na província de Gauteng,
quando ontem, vários jovens, usando pedras, obrigaram os proprietários de
várias lojas a encerrarem os seus espaços comerciais.