A irmã de Sene
Cassama era empregada doméstica em Bissau, numa casa onde trabalhou
durante um ano, até ser despedida depois de partir um jarro que a patroa
estimava.
Sene queria ajudar a irmã, que nem sequer recebeu o ordenado que lhe era devido, mas após bater a várias portas, entre o tribunal e organismos do Governo, concluiu que o melhor seria criar uma associação que defendesse "as vítimas das patroas", contou à Lusa.
"A patroa da minha irmã disse que não lhe pagava porque ela partiu um jarro que tinha um grande valor simbólico" e ditou as regras: "ou deixava de trabalhar ou então ficava, mas a descontar pelo jarro partido", contou Cassama.
Por exigir que a patroa que lhe pagasse o que devia, a irmã de Sene foi despedida, contou o agora presidente da Associação Nacional de Proteção de Mulheres Empregadas Domesticas (Anapromed).
Sene Cassamá afirma que situações como estas ocorrem "todos os dias" na Guiné-Bissau onde, diz, as empregadas "são exploradas e violentadas" pelas patroas "sem qualquer proteção jurídica".
Cassamá decidiu criar a associação em dezembro de 2014 e em poucos meses diz já ter sido contactado por cerca de 250 mulheres que já se inscreveram como associadas.
A meta é inscrever "todas as empregadas domésticas da Guiné-Bissau", às quais promete fornecer conhecimentos sobre os seus direitos laborais e defende-las em caso de conflito com os patrões.
Sobre o facto de ser um homem a dirigir uma associação de proteção das mulheres, Cassamá ri-se e responde que aquelas não querem assumir o lugar.
"Alguém tem que se levantar por elas", refere.
O presidente da Anapromed quer desenvolver programas de alfabetização para as empregadas que não sabem ler nem escrever, fornecer princípios básicos sobre os direitos humanos e ainda sobre cuidados a ter, por exemplo, no ato de limpeza de uma casa de banho.
"Há muita empregada a limpar casas de banho sem luvas, sem mascaras de proteção", notou Sene Cassamá, apontando ainda o facto de trabalharem "mais de dez horas seguidas", sem direito a folga.
O líder da Anapromed esteve recentemente reunido com técnicos do Ministério da Função Pública dos quais disse ter recebido garantias em como a nova Lei Geral do Trabalho - em análise no Parlamento - vai levar em conta a problemática da empregada doméstica.
A proposta de lei, apresentada pelo Governo, poderá ser aprovada numa sessão parlamentar a ter lugar no mês de maio, adiantou Sene Cassamá, citando técnicos do Ministério da Função Pública.
Até a lei ser aprovada, a Anapromed tem várias iniciativas na manga, a começar já no dia 27 deste mês com "uma grande manifestação" em Bissau para assinalar o Dia Internacional das Empregadas Domésticas.
Sene queria ajudar a irmã, que nem sequer recebeu o ordenado que lhe era devido, mas após bater a várias portas, entre o tribunal e organismos do Governo, concluiu que o melhor seria criar uma associação que defendesse "as vítimas das patroas", contou à Lusa.
"A patroa da minha irmã disse que não lhe pagava porque ela partiu um jarro que tinha um grande valor simbólico" e ditou as regras: "ou deixava de trabalhar ou então ficava, mas a descontar pelo jarro partido", contou Cassama.
Por exigir que a patroa que lhe pagasse o que devia, a irmã de Sene foi despedida, contou o agora presidente da Associação Nacional de Proteção de Mulheres Empregadas Domesticas (Anapromed).
Sene Cassamá afirma que situações como estas ocorrem "todos os dias" na Guiné-Bissau onde, diz, as empregadas "são exploradas e violentadas" pelas patroas "sem qualquer proteção jurídica".
Cassamá decidiu criar a associação em dezembro de 2014 e em poucos meses diz já ter sido contactado por cerca de 250 mulheres que já se inscreveram como associadas.
A meta é inscrever "todas as empregadas domésticas da Guiné-Bissau", às quais promete fornecer conhecimentos sobre os seus direitos laborais e defende-las em caso de conflito com os patrões.
Sobre o facto de ser um homem a dirigir uma associação de proteção das mulheres, Cassamá ri-se e responde que aquelas não querem assumir o lugar.
"Alguém tem que se levantar por elas", refere.
O presidente da Anapromed quer desenvolver programas de alfabetização para as empregadas que não sabem ler nem escrever, fornecer princípios básicos sobre os direitos humanos e ainda sobre cuidados a ter, por exemplo, no ato de limpeza de uma casa de banho.
"Há muita empregada a limpar casas de banho sem luvas, sem mascaras de proteção", notou Sene Cassamá, apontando ainda o facto de trabalharem "mais de dez horas seguidas", sem direito a folga.
O líder da Anapromed esteve recentemente reunido com técnicos do Ministério da Função Pública dos quais disse ter recebido garantias em como a nova Lei Geral do Trabalho - em análise no Parlamento - vai levar em conta a problemática da empregada doméstica.
A proposta de lei, apresentada pelo Governo, poderá ser aprovada numa sessão parlamentar a ter lugar no mês de maio, adiantou Sene Cassamá, citando técnicos do Ministério da Função Pública.
Até a lei ser aprovada, a Anapromed tem várias iniciativas na manga, a começar já no dia 27 deste mês com "uma grande manifestação" em Bissau para assinalar o Dia Internacional das Empregadas Domésticas.
