► O número de projetos de IDE diminui, mas o valor aumenta consideravelmente, com África a receber o segundo maior capital de IDE de todo o mundo (crescimento anual de 136%) (1)
► A África Subsariana vai ser a segunda região com crescimento mais rápido no mundo este ano, com 22 economias a apresentar um crescimento igual ou superior a 5%
► A confiança dos investidores diminuiu, mas os intervenientes com interesses comerciais em África mantêm-se extremamente otimistas
JOHANNESBURG, South-Africa, June 2, 2015/ -- De
acordo com o 2015 Africa Attractiveness survey – Making choices
(Inquérito sobre a atratividade de África – tomada de decisões 2015) (http://www.ey.com/za),
a percentagem de projetos de investimento direto estrangeiro (IDE) em
África caiu 8,4%, em 2014, mas manteve-se bem acima dos níveis
anteriores a 2008. Contudo, o investimento de capital direto estrangeiro
no continente subiu acentuadamente para 128 mil milhões de dólares
americanos, isto é, teve um crescimento de 136% em 2014 – um valor
máximo em cinco anos, com o número de empregos criados devido ao IDE a
subir 68%, o que se traduziu em 188 400 novos postos de trabalho em todo
o continente.
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O relatório conjuga uma análise dos dados de IDE em África desde 2003 a um inquérito realizado a mais de 500 líderes comerciais a nível mundial, em mais de 30 países, relativamente às suas perspetivas sobre o potencial do mercado africano.
Ajen Sita, diretor executivo da EY Africa, afirma:
"No ano passado, a resistência sentida em África foi a maior dos últimos anos. Consequentemente, é provável que o crescimento económico este ano seja o menor dos últimos cinco anos, uma vez que também está dificultado pelo impacto da queda dos preços do petróleo das economias nigeriana e angola, pela diminuição dos preços de outros bens essenciais e pelo lento crescimento da África do Sul. Porém, em simultâneo, o crescimento económico mantem-se resiliente em todo o continente. Ainda assim, a África Subsariana vai continuar a ser a região com o segundo maior crescimento no mundo este ano, com 22 economias a apresentarem um crescimento igual ou superior a 5%."
Norte de África em recuperação
Os investidores estrangeiros estão novamente interessar-se pelo Norte de África, especialmente pelo Egito e Marrocos, à medida que a incerteza política que se seguiu à Primavera Árabe, em 2011, começa a desaparecer. O Norte de África atraiu mais 22,2% de projetos de IDE em 2014 do que no ano anterior e foi responsável por um pouco mais de metade (51%) da entrada total de capitais de IDE em África, em contraposição com apenas 19,1% em 2013. Além disso, o número de postos de trabalho criados em consequência do IDE, numa região em que estes são extremamente precisos, mais do que triplicou, atingindo quase os 80 000 novos empregos.
Na África Subsariana (ASS), apesar de algumas das principais economias como a África do Sul, Angola, Nigéria, Gana e Quénia terem recebido menos projetos de IDE do que em 2013, o valor médio de cada projeto na região praticamente duplicou (passando de 67,8 milhões de dólares americanos, em 2013, para 174,5 milhões por projeto, em 2014). Moçambique (88,2%) e a Etiópia (47,1%) encontraram-se entre os países com os melhores resultados, atraindo projetos com crescente entrada de capital. A longo prazo, a África do Sul tem sido o destino mais popular para os projetos de IDE, atraindo duas vezes mais projetos nos últimos cinco anos do que qualquer outro país africano.
Investidores tradicionais voltam a interessar-se
A nível regional, a Europa Ocidental e a própria África continuam a ser as principais fontes do investimento de IDE, embora em 2014 tenha sido notório que os investidores tradicionais, incluindo os investidores da América do Norte e do Médio Oriente, voltaram a concentrar as suas atenções no continente africano. As empresas sediadas nos Estados Unidos foram as que mais investiram em África no ano passado, lançando 101 projetos de IDE e sendo responsáveis por 13,8% do total de projetos de IDE em África, um aumento face a 9,8% em 2013. Os investidores da África do Sul foram mais uma vez proeminentes ao serem o segundo grupo com mais projetos de IDE iniciados no continente. O investimento proveniente do Reino Unido foi substancialmente inferior, mas foi retomado nos Emirados Árabes Unidos e na França, tendo sido os quartos e quintos maiores investidores, respetivamente.
Setores populares junto dos investidores estrangeiros
Uma classe de consumidores em crescimento e o aumento da urbanização em África estão a modelar o futuro do continente e a definir novas tendências. Em consonância com estas tendências, a entrada de capital de IDE no sector imobiliário, hoteleiro e da construção subiu acentuadamente, emergindo como o sector líder em termos de IDE, com uma percentagem de 43,8% no valor de capital e de 33,6% na criação de postos de trabalho.
No que diz respeito aos números dos projetos de IDE, nomeadamente às atividades, a maior percentagem de investidores continua a ser atraída por três sectores de fornecimento de serviços diretos ao cliente – tecnologia, meios de comunicação social e telecomunicações, serviços financeiros e produtos de consumo e venda a retalho. Um terço (31%) dos inquiridos também prevê que a agricultura emerja como um impulsionador chave para o crescimento em África durante os próximos dois anos.
Perceção de África por parte dos investidores
Com base nos resultados do inquérito elaborado pela EY, a perceção da atratividade de África deteriorou ligeiramente no ano passado.
Sita afirma: “A mudança de perceções é a menor desde que iniciámos o nosso inquérito. Contudo, é importante não menosprezar esta deterioração. Globalmente, a maioria dos inquiridos está otimista face ao progresso feito em África no ano passado e acredita que a atratividade do continente como destino comercial vai aumentar durante os próximos três anos. África continua a ter uma classificação positiva em comparação com outras regiões, especialmente entre os inquiridos que conhecem bem o continente. Com efeito, os inquiridos já com relações comerciais em África continuam extremamente otimistas, classificando a região como o destino mais atrativo para investimento do mundo."
A pensar no futuro
Sita conclui: "Este quadro heterogéneo não é surpreendente. Reflete a diversidade e complexidade do nosso grandioso continente – nunca há uma resposta universal que se adapte a todos. A perspetiva continua a ser importante. E a nossa tem sido, e continua a ser, uma perspetiva de copo meio cheio. Contudo, o futuro de África não se resolverá sozinho. Na nossa opinião, apesar do enorme progresso verificado nos últimos 15 anos, África e os seus líderes encontram-se em equilíbrio num ponto de inflexão: é necessário tomar decisões deliberadas e urgentes para aumentar os níveis de produtividade e competitividade, acelerar a transformação estrutural e virar na direção de um caminho de crescimento inclusivo e sustentável."