quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

EUROPA NO TRILHO DE DESINTEGRAÇÃO, O MUNDO PRESTES A ACABAR E NÓS (GUINÉ-BISSAU) EM GUERRAS E MANIPULAÇÕES INCESSANTES

David Cameron tem quatro meses para convencer os britânicos a ficarem na Europa. Os eleitores dividem-se e o Governo também. A batalha dentro do Executivo britânico promete ser agora mais aguda, com seis ministros a terem já anunciado que farão campanha pela saída. Desta vez, em completa rota de colisão com o primeiro-ministro, o ministro da Justiça veio dizer que o acordo com a União Europeia “não é juridicamente vinculativo”.

O ministro britânico da Justiça, Michael Gove, contestou a afirmação de David Cameron de que as renegociações com os líderes da União Europeia eram “juridicamente vinculativas”.

O inquilino do número 10 de Downing Strett tinha afirmado que o acordo alcançado em Bruxelas seria "juridicamente vinculativo e irreversível" e que só poderia ser posto em causa pelos Estados-membros da União Europeia.
Contestação jurídica
Entretanto, em entrevista à BBC, Michael Gove referiu que, sem alteração de todos os elementos do acordo de renegociação, tudo é objeto de contestação jurídica.

"A questão é que o Tribunal de Justiça da União Europeia não está vinculado a este acordo, até que os tratados sejam alterados e não sabemos quando isso vai acontecer". E fez ainda questão de salientar que este Tribunal é que está acima de todos os Estados-membros.

O primeiro-ministro britânico tem pela frente o desafio de convencer os britânicos de que os novos termos negociados com os outros 27 países-membros são satisfatórios para o Reino Unido continuar a integrar a União Europeia.
"Gangue dos seis"
As divisões continuam a crescer dentro do Governo britânico. Alguma imprensa internacional já lhe chama o “gangue dos seis”. Michael Gove tirou fotografias na sede da campanha Vote Leave, com os colegas do Executivo: os ministros do Trabalho e Pensões, Iain Duncan Smith, e da Cultura, John Whittingdale, o presidente da Câmara dos Comuns, Chris Grayling, a ministra para a Irlanda do Norte, Theresa Villiers, e a secretária de Estado do Emprego, Priti Patel.
David Cameron disse saber que, além de Gove, outros políticos irão tomar as suas opções. “Mas no final é o povo britânico que decidirá”, concluiu.
Por seu lado, Cameron mantém o que disse: “Farei campanha com todo o coração para persuadir o povo britânico a ficar na União Europeia reformada”.

O governante insistiu na tese de que o acordo da última cimeira tornará o Reino Unido “mais forte, mais em segurança e mais próspero no seio de uma União Europeia reformada”.

E acrescentou: “É um dos melhores e mais antigos amigos, mas há 30 anos que deseja a saída do Reino Unido”, disse Cameron. “Mas, claro, estou muito decepcionado ao saber que não estaremos no mesmo lado neste debate chave para o futuro do nosso país”.