Francis Lumumba participa de debate na Bélgica | |
A Bélgica manifestou nesta terça-feira "sincero pesar" pelo assassinato, em 1961, de Patrice Lumumba - o primeiro e único líder eleito democraticamente no país da África Central conhecido hoje como República Democrática do Congo. "O governo sente que deveria estender à família de Patrice Lumumba e ao povo congolês seu profundo e sincero pesar e suas desculpas pela dor causada", afirmou o ministro do Exterior belga, Louis Michel. O ministro participou de um debate no Parlamento, que discute se a Bélgica - que tinha o Congo como uma de suas colônias - deve assumir a responsabilidade moral pelo assassinato. Nacionalista carismático, Lumumba foi deposto quatro meses depois de assumir o cargo e, pouco tempo depois, foi assassinado. Assassinato Durante o caos provocado pelas lutas entre facções após a independência, Lumumba foi raptado por rivais congoleses, levado para a província de Katanga e morto.
A responsabilidade pela morte de Patrice Lumumba foi atribuída a congoleses ligados aos serviços de inteligência americanos e à Bélgica. Há dois anos, um livro acusou a Bélgica de ter fornecido a logística para os autores do assassinato. Recentemente uma comissão parlamentar concluiu que Lumumba não poderia ter sido assassinado sem a cumplicidade de oficiais belgas, apoiados pela Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA. O líder congolês foi uma figura controversa, considerado um libertador africano por alguns e um agitador pró-soviético por outros, na época em que a Guerra Fria dominava a política externa do Ocidente. Analistas afirmam que a investigação parlamentar e o debate sobre a morte de Lumumba são uma tentativa da Bélgica para fazer as pazes com seu passado colonial. O filho de Patrice Lumumba, Francis, que é líder da oposição no Congo, viajou até Bruxelas para participar do debate. | |