Faz hoje um ano que várias instituições internacionais e Estados reunidos numa mesa redonda em Bruxelas se comprometeram a apoiar o plano de desenvolvimento da Guiné-Bissau "Terra Ranka" com 1400 milhões de Euros no horizonte 2020.
Na altura, a Guiné-Bissau estava a sair de um período de instabilidade de dois anos subsequentes ao golpe de estado de Abril de 2012, a conferência de Bruxelas tendo gerado muita expectativa no seio da população da Guiné-Bissau.
Um ano depois, o país está a atravessar um novo período de crise desde o passado mês de Agosto, altura em que foi demitido o governo de Domingos Simões Pereira. O mal-estar político agravou-se um pouco mais no começo deste ano depois de 15 deputados do PAIGC terem sido expulsos do partido e terem ficado igualmente sem mandato, uma medida cuja legalidade é contestada pelos interessados. Apesar de pressões da sociedade civil e apesar também de tentativas de mediação vindas do exterior, até agora a crise político-institucional continua sem solução à vista.
Esta semana, o ministro guineense da economia e finanças evocou os efeitos da instabilidade política sobre o cumprimento dos acordos firmados há um ano com os doadores. De acordo com Geraldo Martins, apenas 8 dos 16 doadores que se comprometeram a apoiar o programa "Terra Ranka" têm dado algum seguimento às suas promessas, o apoio recebido até agora tendo sido essencialmente "ajuda orçamental". Para o titular da pasta da economia, os parceiros "estão à espera de ver mais claramente o que vai acontecer no país", Geraldo Martins formulando todavia o desejo de conseguir ir mais avante com esses parceiros mais cépticos até ao final deste ano.
Fonte: RFI