quinta-feira, 24 de março de 2016

OPINIÃO: AS TRANSIÇÕES INACABADAS

1999, 2003, 2009 e 2012, são anos em que depois de um golpe de Estado a Guiné conheceu regimes ditos de transição.

Na verdade as transições são momentos de (re) preparação ao regresso da vida política pelos atores depostos e pelo os que assumem a transição no momento, para uma nova vida pos-transição.

Em 1999, foi assim quando o Bacai Sanha foi Presidente de Transição a quando da queda do Nino Vieira.

Em 2003 o Henrique Rosa teve o mesmo papel quando o Kumba foi deposto, o regresso do Nino Vieira fechou a ciclo de uma transição e abreu um outro ciclo com o seu assassinato.

O assassinato do Nino Vieira em 2009 prometeu a Bacai Sanha e a Henrique Rosa, ambos Presidente de Transição e ao Kumba Yala Presidente deposto de entrar novamente na corrida para eleições presidências.

O desaparecimento do Malam Bacai Sanha em 2011 deu ao Carlos Gomes Júnior o apetite para o Cargo de Presidente da Repùblica, prometendo ao Raimundo Pereira, de assumir o cargo de Presidente da Repùblica interino, na sua qualidade de Presidente da Assembleia Nacional Popular pela segunda vez, por ter tido ocupado esta função da quando do assassinato do Nino Vieira.

As eleições presidências de 2012, foram ainda mais complicados porque viu a participação do Henrique Rosa, antigo Presidente da Transição e do Kumba Yala, antigo Presidente deposto, contra Carlos Gomes Junior que foi Primeiro-ministro de dois Presidente da Repùblica desaparecidos nas circunstâncias poucas esclarecidas. Nestas eleições participou Serifo Nhamadjo, Presidente interino da Assembleia Nacional Popular, porque o Raimundo Pereira, Presidente do Parlamento, era Presidente da Republica interino.

O golpe de 12 de abril 2012, derrubou Raimundo Pereira e Carlos Gomes, como é a constante solução proposta pela comunidade internacional, o titular do cargo do Presidente do Parlamento assume a Presidência da Repùblica para evitar que o poder administrativo e organizacional fique com os militares.

Assim sendo, esta fórmula fez com que o Serifo Nhamadjo que tinha participado nas eleições presidências de 2012 e que chegou na terceira posição depois de ter recusado o veredicto das urnas, fazendo com que os militares dessem mais um golpe, acabe por ser Presidente da Repùblica de transição.

As eleições gerais de 2014, deveriam servir de lição para virar a pagina da instabilidade. Só que, por concurso de circunstancias, foi eleito a cargo do Presidente da Repùblica, José Mario Vaz, antigo Ministro das Finanças do Carlos Gomes Jr, que decidiu derrubar o Primeiro-ministro legitimo, Domingos Simões Pereira, abrindo assim uma crise aguda entre a Presidencia da Repùblica, o Governo, a Assembleia Nacional e o Poder Judicial.

Esta crise aberta pelo JOMAV ressuscitou varias ambições passadas assim como reflexo de auto sobrevivência politica.

Ao respeito das várias ambições acordadas, é o do Carlos Gomes Jr, que àtravez desta confusão e com a preparação paulatina do seu regresso, vai dividir ainda mais a Guiné e o PAIGC. Carlos Gomes Jr, foi um dos principais acusados de autoria moral no assassinato do Presidente Nino Vieira e os pro-Cadogos, contestam a eleição presidencial interrompida pelo golpe de 12 de abril 2012.

Os dissidentes do PAIGC que participaram como candidato independente, a revelia do PAIGC, impossibilitando a vitoria do Carlos Gomes Jr, nas eleiçoes de 2012, se o Cadogo brigar a Presidência da Repùblica, farão todo para impedir o Carlos Gomes de aceder a Presidência da Repùblica. Um argumento bastante para ter um outro antigo Presidente de Transição, Serifo Nhamadjo na próxima corrida das eleições Presidências.

Esta confusão permite de corrigir a impopularidade do JOMAV, que, beneficiando do estatuto do Presidente de Repùblica em exercício é da confusão que sumiu no PAIGC, a participar cenas proximas eleições presidências, mesmo se forem anticipadas.

Assim sendo o PAIGC pode ir nas proximas eleições com 4 candidatos : Jomav, Cadogo, Serifo Nhamadjo e eventualmente Domingos Simoes Perreira. A não ser que podem ser 5 candidatos, se o Cipriano Cassama decidir para imitar o Serifo Nhamadjo, participar tambem no proximo baíle eleitoral...

Uma coisa é certa é que as transições na Guiné, alimentam esperanças dos que foram depostos e dos que assumem a transição.

De qualquer das formas, toda possibilidade para essa confusão e para tudo o que poderá acontecer a Guiné, tem um unico responsavel : JOMAV.

JOMAV tem que saber que o pior tribunal é o da historia.



Anonimo.