1999, 2003,
2009 e 2012, são anos em que depois de um golpe de Estado a Guiné conheceu
regimes ditos de transição.
Na verdade
as transições são momentos de (re) preparação ao regresso da vida política
pelos atores depostos e pelo os que assumem a transição no momento, para uma
nova vida pos-transição.
Em 1999, foi
assim quando o Bacai Sanha foi Presidente de Transição a quando da queda do
Nino Vieira.
Em 2003 o
Henrique Rosa teve o mesmo papel quando o Kumba foi deposto, o regresso do Nino
Vieira fechou a ciclo de uma transição e abreu um outro ciclo com o seu
assassinato.
O
assassinato do Nino Vieira em 2009 prometeu a Bacai Sanha e a Henrique Rosa,
ambos Presidente de Transição e ao Kumba Yala Presidente deposto de entrar
novamente na corrida para eleições presidências.
O
desaparecimento do Malam Bacai Sanha em 2011 deu ao Carlos Gomes Júnior o
apetite para o Cargo de Presidente da Repùblica, prometendo ao Raimundo
Pereira, de assumir o cargo de Presidente da Repùblica interino, na sua
qualidade de Presidente da Assembleia Nacional Popular pela segunda vez, por
ter tido ocupado esta função da quando do assassinato do Nino Vieira.
As eleições
presidências de 2012, foram ainda mais complicados porque viu a participação do
Henrique Rosa, antigo Presidente da Transição e do Kumba Yala, antigo
Presidente deposto, contra Carlos Gomes Junior que foi Primeiro-ministro de dois
Presidente da Repùblica desaparecidos nas circunstâncias poucas esclarecidas.
Nestas eleições participou Serifo Nhamadjo, Presidente interino da Assembleia
Nacional Popular, porque o Raimundo Pereira, Presidente do Parlamento, era
Presidente da Republica interino.
O golpe de
12 de abril 2012, derrubou Raimundo Pereira e Carlos Gomes, como é a constante
solução proposta pela comunidade internacional, o titular do cargo do
Presidente do Parlamento assume a Presidência da Repùblica para evitar que o
poder administrativo e organizacional fique com os militares.
Assim sendo,
esta fórmula fez com que o Serifo Nhamadjo que tinha participado nas eleições
presidências de 2012 e que chegou na terceira posição depois de ter recusado o veredicto
das urnas, fazendo com que os militares dessem mais um golpe, acabe por ser
Presidente da Repùblica de transição.
As eleições
gerais de 2014, deveriam servir de lição para virar a pagina da instabilidade.
Só que, por concurso de circunstancias, foi eleito a cargo do Presidente da
Repùblica, José Mario Vaz, antigo Ministro das Finanças do Carlos Gomes Jr, que
decidiu derrubar o Primeiro-ministro legitimo, Domingos Simões Pereira, abrindo
assim uma crise aguda entre a Presidencia da Repùblica, o Governo, a Assembleia
Nacional e o Poder Judicial.
Esta crise
aberta pelo JOMAV ressuscitou varias ambições passadas assim como reflexo de
auto sobrevivência politica.
Ao respeito
das várias ambições acordadas, é o do Carlos Gomes Jr, que àtravez desta
confusão e com a preparação paulatina do seu regresso, vai dividir ainda mais a
Guiné e o PAIGC. Carlos Gomes Jr, foi um dos principais acusados de autoria
moral no assassinato do Presidente Nino Vieira e os pro-Cadogos, contestam a
eleição presidencial interrompida pelo golpe de 12 de abril 2012.
Os
dissidentes do PAIGC que participaram como candidato independente, a revelia do
PAIGC, impossibilitando a vitoria do Carlos Gomes Jr, nas eleiçoes de 2012, se
o Cadogo brigar a Presidência da Repùblica, farão todo para impedir o Carlos
Gomes de aceder a Presidência da Repùblica. Um argumento bastante para ter um
outro antigo Presidente de Transição, Serifo Nhamadjo na próxima corrida das
eleições Presidências.
Esta
confusão permite de corrigir a impopularidade do JOMAV, que, beneficiando do
estatuto do Presidente de Repùblica em exercício é da confusão que sumiu no
PAIGC, a participar cenas proximas eleições presidências, mesmo se forem
anticipadas.
Assim sendo
o PAIGC pode ir nas proximas eleições com 4 candidatos : Jomav, Cadogo, Serifo
Nhamadjo e eventualmente Domingos Simoes Perreira. A não ser que podem ser 5
candidatos, se o Cipriano Cassama decidir para imitar o Serifo Nhamadjo,
participar tambem no proximo baíle eleitoral...
Uma coisa é
certa é que as transições na Guiné, alimentam esperanças dos que foram depostos
e dos que assumem a transição.
De qualquer
das formas, toda possibilidade para essa confusão e para tudo o que poderá
acontecer a Guiné, tem um unico responsavel : JOMAV.
JOMAV tem
que saber que o pior tribunal é o da historia.
Anonimo.