A propósito
do Dia Mundial de Luta Contra a Sida, que se assinala esta terça-feira, dia 01
de dezembro, a ONU lançou esta semana uma campanha para promover os direitos
das pessoas portadoras de VIH e combater a discriminação de que são alvo no
local de trabalho.
“Actualmente,
devemos trabalhar todos juntos, governos, empregadores e organizações de
trabalhadores – membros da Organização Internacional do Trabalho (OIT) – e
outras partes interessadas, e comprometermo-nos a proteger os direitos humanos
das pessoas que vivem com o VIH, para que estas possam beneficiar de um
trabalho produtivo e viver com dignidade”, afirmou o Director Geral da OIT, Guy
Ryder, no lançamento da campanha em Genebra.
De acordo
com a OIT, mais de 30 milhões de pessoas portadoras de VIH em idade activa
ainda lidam com elevados níveis de discriminação, o que limita ou impede o seu
acesso ao emprego. Os jovens em idade activa representam 40% das novas
infecções por VIH que ocorrem anualmente em todo o mundo.
A campanha
“Chegar a Zero no trabalho”, lançada dias antes do Dia Mundial de Luta Contra a
Sida, pretende promover as recomendações da OIT sobre o VIH e a Sida no local
de trabalho, recomendações que se referem à promoção dos direitos humanos,
segurança no emprego e um melhor acesso à prevenção do VIH, tratamento e
serviços de assistência e apoio no âmbito do local de trabalho.
“O objectivo
mais desafiante é atingir zero discriminação”, afirmou o Director da ONUSIDA,
Luiz Loures, afirmando que os esforços da OIT são cruciais para uma resposta
efectiva ao VIH."O local de trabalho é o local mais eficaz para proteger
os direitos humanos dos trabalhadores e garantir um ambiente seguro e favorável
para as pessoas portadoras ou afectadas pelo VIH".
Acabar com a
discriminação contra os portadores de VIH no local de trabalho enquadra-se no
mote “Chegar a Zero”, tema dos Dias Mundiais de Luta Contra a Sida de 2011 a
2015.
Este Dia
Mundial foi lançado em 1988 e foi o primeiro dia global dedicado à saúde. A
Organização Mundial de Saúde declarou que os objectivos da campanha se afiguram
difíceis, mas são alcançáveis. Embora 2,5 milhões de pessoas tenham contraído o
VIH no ano passado e cerca de 1,7 milhões tenham morrido em consequência deste,
estes números representam menos 700.000 novas infecções em todo o mundo do que
há dez anos, e menos 600.000 do que em 2005. Grande parte do progresso
alcançado é atribuída aos chamados medicamentos antiretrovirais utilizados para
tratar as pessoas infectadas pelo VIH.
Actualmente,
oito milhões de pessoas nos países de baixo e médio rendimento têm acesso aos
tratamentos de que necessitam. Estes medicamentos reduzem a quantidade de vírus
no sangue, aumentando as possibilidades de os portadores permanecerem
saudáveis, e reduzem o risco de que estes transmitam o vírus a outras pessoas.
“Muitos
países enfrentam dificuldades económicas, no entanto a maioria está a conseguir
continuar a expandir o acesso aos medicamentos antiretrovirais”, afirmou o
Director do Departamento de VIH da Organização Mundial de Saúde, Gottfried
Hirnschall. “O desafio agora é assegurar que o progresso global acontece a
todos os níveis e em todos os lugares, para que as pessoas, onde quer que
vivam, possam obter os terapêuticos antiretrovirais quando necessitam”.